"Existem lesões de inalação devidas ao calor que provocam obstrução e risco de infeção. Além da lesão pelo calor, há possibilidade de lesão pelas substâncias químicas do fumo que provocam inflamação e edema com tosse, broncoconstrição e aumento das secreções", alerta a DGS num comunicado divulgado a propósito do fumo que alastra na região do Algarve devido ao incêndio na serra de Monchique.
As crianças, os doentes respiratórios crónicos e os idosos são os mais vulneráveis.
Segundo a organização de saúde, existe ainda a possibilidade de surgirem lesões mais tardias e mais graves, com destruição celular, que em casos extremos causam falência respiratória.
Para evitar os efeitos nefastos da exposição ao fumo, a DGS aconselha a população a permanecer no interior de edifícios, afirmando que "é a forma mais efetiva de prevenir danos".
Nas situações em que já houve inalação de fumo, a pessoa deve ser retirada do local e evitar que respire o fumo ou esteja exposta ao calor, adianta a DGS.
Os "sinais de alarme" resultantes desta situação são queimaduras faciais, sinais de dificuldade respiratória ou alteração do estado de consciência.
A DGS alerta ainda para o "mito do leite", esclarecendo que este "não é um antídoto para o monóxido de carbono. Não vem descrita em artigos científicos a sua utilidade".
Em caso de emergência deve ligar-se para o 112 e para obter informações para a linha SNS 24: 808 24 24 24.
Um incêndio rural deflagrou na sexta-feira à tarde em Monchique, no distrito de Faro, e alastrou aos concelhos vizinhos de Portimão e de Silves, onde hoje está a lavrar com intensidade e às portas daquela cidade algarvia.
Segundo um balanço feito hoje de manhã, há 32 feridos, um dos quais em estado grave (uma idosa internada em Lisboa), e 181 pessoas mantêm-se deslocadas, depois da evacuação de várias localidades.
De acordo com o Sistema Europeu de Informação de Incêndios Florestais, as chamas já consumiram mais de 21.300 hectares. Em 2003, um grande incêndio destruiu cerca de 41 mil hectares nos concelhos de Monchique, Portimão, Aljezur e Lagos.
Na terça-feira, ao quinto dia de incêndio, as operações passaram a ter coordenação nacional, na dependência direta do comandante nacional da Proteção Civil, depois de terem estado sob a gestão do comando distrital.
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