"Aquilo a que apelaria, hoje, aos portugueses, face às indicações [meteorológicas] para os próximos dias, é que haja um escrupuloso respeito pelas regras de segurança. Que não se realizem queimadas, que não sejam praticados quaisquer comportamentos de risco", disse Eduardo Cabrita, no parlamento, à saída do debate sobre o relatório da Comissão Técnica Independente relativo aos incêndios florestais de junho.
O ex-ministro-Adjunto, que substituiu a anterior responsável pela Administração Interna no passado sábado, revelou que já foram duplicados os meios aéreos disponíveis, centralizados na região de Viseu, e deu a "garantia" de que todos os outros "estão a ser reunidos", com o "reforço da presença dissuasora e preventiva da GNR, a presença no terreno das Forças Armadas, em estreita articulação com os municípios das áreas de maior risco".
"A proteção civil e a prevenção, nestes dias de alto risco, é uma responsabilidade de todos. O Governo tem uma responsabilidade fundamental como órgão máximo de coordenação da administração pública, mas isto exige o envolvimento de todos", disse o responsável pela tutela.
O tempo quente e seco vai manter-se pelo menos até domingo, prevendo-se para este dia temperaturas na generalidade do território abaixo dos 30 graus Celsius, disse hoje à agência Lusa a meteorologista Patrícia Gomes.
Devido ao tempo quente seco, o Instituto Português do Mar e da Atmosfera vai manter o risco de incêndio para alguns distritos do continente.
Os fogos que começaram em 17 de junho e duraram duas semanas, sobretudo na região centro do país, provocaram 65 mortos e mais de 200 feridos, além de numerosos danos materiais em habitações e empresas em Pedrógão Grande, Castanheira de Pera, Figueiró dos Vinhos, Góis, Pampilhosa da Serra, Sertã e Penela.
Entretanto, em 15 de outubro, o pior dia de fogos do ano segundo as autoridades, outras centenas de incêndios rurais provocaram 45 mortos e cerca de 70 feridos nas regiões Norte e Centro, bem como elevados danos materiais
Esta foi a segunda situação mais grave de incêndios com mortos em Portugal, depois de junho, e motivou mesmo uma moção de censura ao Governo minoritário socialista por parte do CDS-PP, que foi acompanhado pelo PSD. PS, BE, PCP, PEV e PAN votaram contra a queda do executivo.
O Governo realizou no sábado um Conselho de Ministros extraordinário para tomar medidas de apoio às vítimas e reforço do combate aos incêndios e reforma da floresta.
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