Marcelo Rebelo de Sousa chegou ao posto de comando instalado no Largo da Feira, no centro da vila de Mação, onde já se encontrava o secretário de Estado da Administração Interna, Jorge Gomes, que chegara uma hora antes.
"A prioridade agora é combater o fogo", disse Marcelo Rebelo de Sousa, reconhecendo que o trabalho dos bombeiros é muito difícil, face às condições de vento.
"Tudo aquilo que é necessário fazer dentro da relatividade dos meios, de acordo com o que me foi contado, vai sendo feito. É imprevisível [o incêndio]. Muda o vento, mudam as condições, mas houve a preocupação de prevenir, ao longo destes dias, e reforçar a segurança", acrescentou o chefe de Estado, antes de se deslocar ao quartel dos bombeiros de Mação, para "dar um abraço aos voluntários".
Segundo Marcelo Rebelo de Sousa, "quem está longe não compreende a situação vivida" ali: "É preciso acorrer a muitas povoações. É uma área imensa, muito dispersa. Com os meios disponíveis, tenta-se ir a todo o sítio", afirmou, quando questionado sobre as conclusões que tirou deste incêndio.
"É um trabalho muito difícil, muito ingrato, basta que o vento mude de repente, no sentido exatamente oposto, para que seja preciso que tudo o que estava programado seja reformulado", referiu, tendo o chefe de Estado observado que não iria repetir o mesmo que havia dito noutras circunstâncias [incêndio de Pedrógão Grande].
"Estamos num momento em que é preciso, como prioridade, combater o fogo. E combater um fogo, surgindo notícias que vêm de vários pontos do concelho, e é preciso acorrer a situações muito diversas, permanentemente. Quando a prioridade é combater, não há distância nem o vagar para fazer ainda um balanço. Depois [será tempo] de compreender o que aconteceu, a dimensão da área ardida, as consequências na vida das pessoas, tudo isso. Mas, neste momento, neste concelho, a prioridade é combater o fogo", concluiu, antes de se dirigir para o quartel dos bombeiros de Mação.
Aos jornalistas, Jorge Gomes disse que o incêndio de Mação se tem desenvolvido "de uma forma anormal, a uma velocidade muito grande, que o sistema não conseguiu acompanhar".
"A prioridade tem sido a salvaguarda das pessoas e dos seus bens", disse o governante, lembrando que o incêndio deflagrou na Sertã, distrito de Castelo Branco.
Questionado sobre as críticas à alegada falta de meios para o combate ao fogo, Jorge Gomes disse que “estiveram em Mação oito aviões sem praticamente conseguirem operar, devido ao muito fumo no local”.
Sobre o SIRESP, o governante reconheceu “falhas no sistema”, acrescentando que o Governo “exige que o sistema esteja sempre em pé e sem falhas”.
O fogo que lavra em Mação continua numa situação "muito preocupante, com vento muito forte, aldeias em perigo e casas a arder", estando o secretário de Estado da Administração Interna a caminho do local, disse o presidente do município.
Em declarações à Lusa no posto de comando, Vasco Estrela, presidente da Câmara de Mação, disse que este incêndio já obrigou à evacuação de uma dezena de aldeias, num total de cerca de 200 pessoas, mas algumas já regressaram a casa.
O concelho de Mação está a ser atingido por um incêndio que teve origem no concelho da Sertã (distrito de Castelo Branco), no domingo, e chegou ainda a Proença-a-Nova.
De acordo com a página da internet da Autoridade Nacional de Proteção Civil, o incêndio que deflagra em Mação está a ser combatido por 126 operacionais, apoiados por 36 veículos.
[Notícia atualizada às 22:42h]
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