“Esperamos que esta manhã o Governo possa tomar a decisão e delegue nos órgãos regionais a análise sobre a perigosidade e a decisão sobre a realização do evento”, disse Rogério Bacalhau à agência Lusa, acrescentando que foi enviado um ofício ao executivo nesse sentido.

O autarca afirma que se a concentração for proibida “será muito difícil realocar essas pessoas noutro local, que não há”.

Segundo Rogério Bacalhau, “já há mais de 2.000 pessoas acampadas” nos locais previstos e hoje irão chegar mais pessoas de avião e muitas outras já estão no Algarve e a chegar durante o dia.

“É muito difícil e complicado pararmos esta onda de pessoas”, sublinha o presidente da autarquia, acrescentando que são esperadas cerca de 25.000 pessoas.

A 40.ª Concentração Internacional de Motos de Faro está prevista realizar-se de quinta-feira até domingo em 34 hectares no Vale das Almas, a 500 metros do Aeroporto Internacional da cidade algarvia e na estrada que leva à Praia de Faro.

O presidente da autarquia afirmou que apenas 14 hectares estão em área considerada florestal, apesar de estar junto a uma área urbana: “Porque do outro lado da estrada já é área urbana”, disse.

Rogério Bacalhau assegura que há um sistema de segurança implementado há já vários anos e que tem funcionado, estando previstos para a edição deste ano a utilização permanente de pelo menos quatro autotanques e tratores de rega que regam o recinto ao longo do dia, assim como outros sistemas para minimizar os riscos de incêndio.

A concentração de motos realiza-se desde 1982, tendo em 2022 a sua 40.ª edição, depois de dois anos em que não houve devido à pandemia de covid-19.

“Estamos muito preocupados”, insiste Rogério Bacalhau, que recorda que um despacho publicado na segunda-feira pelo Governo “pode inviabilizar” a concentração das motas, insistindo que uma decisão deve ser tomada “rapidamente”.

O Governo está a dialogar com organizadores de grandes eventos para que possa haver uma “relocalização ou uma reformatação” de modo a que não se desenvolvam em áreas florestais e que cumpram a lei, disse segunda-feira o primeiro-ministro.

Em declarações aos jornalistas em Viseu, António Costa lembrou que “há uma proibição geral de qualquer atividade desenvolvida nas áreas florestais”, devido ao risco de incêndio, e “é necessário reajustar os eventos a esta nova realidade”.

Antes, já Marcelo Rebelo de Sousa tinha apelado a que as autarquias revissem a realização de eventos junto a áreas florestais.

Questionado sobre eventos como os festivais de verão ou a concentração motard de Faro, o chefe do executivo disse que “o ministro da Administração Interna está em contacto com os organizadores desses eventos para assegurar que a parte desses eventos que ocorre em zona florestal seja mudada para outro local.

Os distritos de Viana do Castelo, Braga, Porto, Vila Real, Bragança, Guarda, Castelo Branco e Portalegre vão estar a partir das 09:00 de hoje sob aviso vermelho, o mais grave, devido ao tempo quente, segundo o IPMA.

O aviso vermelho, emitido pelo Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), devido à persistência de valores extremamente elevados da temperatura máxima, vai estar em vigor até às 18:00 de quarta-feira, passando depois a laranja.