"A Comissão Técnica Independente concluiu os seus trabalhos, é tempo de arregaçar as mangas e passarmos à prática. O compromisso do Governo é que os bombeiros são peça fundamental deste desafio e que, naturalmente, serão aqui ouvidos, serão participantes ativos, num desafio que nos mobilizará a todos", afirmou.
O ministro falava na sessão de abertura do 43.º Congresso Nacional da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP), que hoje começou em Fafe, no distrito de Braga.
Eduardo Cabrita respondia ao presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses, Jaime Marta Soares, que, minutos antes, no seu discurso de abertura do congresso, criticou o facto de os bombeiros não terem sido chamados a participar na comissão técnica independente.
"Como é possível fazer uma reforma da Proteção Civil em Portugal sem ouvir os bombeiros", questionou, aplaudido por centenas de representantes dos bombeiros, de vários pontos do país.
Insistindo nas críticas às conclusões do relatório da comissão técnica, o dirigente afirmou: "Os bombeiros não admitem que lhes ponham qualquer sentimento de culpa, porque foram capazes e competentes no exercício da sua missão".
Elevando a voz, Marta Soares exclamou: "Eles [bombeiros] não comandaram, eles foram comandados".
Dirigindo-se ao representante do Governo, o dirigente disse esperar que a presença de Eduardo Cabrita no congresso sirva para que, "de uma vez por todas", os bombeiros possam "saber a linhas de orientação para o futuro, "num momento tão complexo e difícil do país".
O ministro insistiu que "os bombeiros são o centro da resposta a este desafio", acentuando: "Ninguém compreenderá que nos possamos dividir em cima da dimensão de tragédia que Portugal viveu. Estou certo que os bombeiros são parte essencial deste futuro. Contamos convosco".
Para o ministro, há que valorizar na reforma estrutural "o conhecimento teórico e o conhecimento no terreno que aqui está reunido", numa alusão às centenas de bombeiros que o ouviam no pavilhão multiusos de Fafe.
Em tom conciliador, Marta Soares defendeu que o que aconteceu ao país convoca todos "para um novo caminho, para um novo tempo".
O ministro defendeu "uma mobilização significativa do melhor do conhecimento, da experiência operacional e da capacidade de unir e não dividir para que se construa um novo tempo em que a prevenção seja uma atividade permanente que mobilize todos os portugueses".
Afirmou ainda que o Governo "não se exime de nenhumas responsabilidades nesta matéria, de assumir plenas responsabilidade na definição dos caminhos do futuro", mas sublinhou a importância de se valorizar o facto de, pela primeira vez, se ter dado às questões da proteção civil "uma centralidade que jamais existiu a esta nossa temática".
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