O requerimento assinado pelos deputados do PSD e a que a agência Lusa teve acesso, para “envio do relatório da gestão operacional realizada durante o incêndio que atingiu Monchique e concelhos limítrofes”, deu hoje entrada no parlamento.
“Em nome da transparência que é exigível ao poder político, o grupo parlamentar do PSD considera importante o acesso à chamada ‘fita do tempo’ do incêndio de Monchique”, refere o texto.
Segundo o PSD, “de acordo com as informações tornadas públicas foram apontadas eventuais falhas na coordenação dos meios operacionais no combate” a este incêndio.
Os deputados sociais-democratas solicitam assim ao ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, “o envio urgente do relatório de gestão operacional/fita do tempo e todos os anexos e documentação” sobre a intervenção de todos os meios envolvidos no combate a este incêndio, incluindo a Proteção Civil.
A 13 de agosto, numa conferência de imprensa na sede do PSD sobre este incêndio, o vice-presidente do partido David Justino já tinha anunciado que os sociais-democratas queriam analisar, com zelo, a "fita do tempo" de Monchique.
Na opinião de David Justino não houve falta de meios, tendo existindo antes, descoordenação na sua utilização, apontando que "o facto de se dar prioridade ao acolhimento de pessoas em risco, não dispensa que outras forças que estavam disponíveis pudessem continuar a combater o fogo".
O incêndio rural, combatido por mais de mil operacionais, deflagrou em Monchique (no distrito de Faro) no dia 03 de agosto e foi dominado no dia 10, depois de afetar também o concelho vizinho de Silves e, com menor impacto, Portimão (no mesmo distrito) e Odemira (Beja).
Quarenta e uma pessoas ficaram feridas, uma das quais em estado grave.
De acordo com o Sistema Europeu de Informação de Incêndios Florestais, as chamas consumiram 27.635 hectares.
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