O INS Vikrant, cujo nome é uma palavra sânscrita para “corajoso”, é o segundo porta-aviões operacional da Índia, juntando-se ao INS Vikramaditya, um modelo da era soviética comprado à Rússia, em 2004, para defender o Oceano Índico e a Baía de Bengala.
O novo porta-aviões de 262 metros foi projetado pela marinha indiana e construído no estaleiro Cochin, no sul da Índia. A inauguração ficou a cargo do primeiro-ministro, Narendra Modi, como parte das comemorações pelos 75 anos de independência do domínio britânico.
Modi enfatizou a importância de a Índia ser agora uma das poucas nações com capacidade para construir um porta-aviões.
“É um dia histórico e um marco histórico”, afirmou Modi. “É um exemplo do esforço feito pelo governo para tornar a indústria de defesa da Índia autossuficiente”, frisou.
O INS Vikrant pode transportar uma tripulação de cerca de 1.600 pessoas e operar uma frota de 30 aeronaves, incluindo caças e helicópteros, informou a Marinha.
Mais de 75% dos componentes do novo porta-aviões da Índia são de produção doméstica, de acordo com o ministério da Defesa indiano.
O navio de guerra, com 47.400 toneladas, vai estar totalmente operacional até ao final de 2023, depois de passar por testes de pouso com o caça MiG-29K, fabricado na Rússia.
A Índia planeia equipar o porta-aviões com mais de duas dúzias de novos caças, incluindo o Rafale-M, da francesa Dassault, e o F/A-18 Block III Super Hornet, construído pela norte-americana Boeing.
Nos últimos anos, a China expandiu a sua presença no Oceano Índico e no Pacífico Ocidental.
Em agosto, um navio chinês embarcou num porto construído pela China no Sri Lanka, apesar das preocupações de segurança levantadas por Nova Deli. Pequim disse tratar-se apenas de um navio de pesquisa, mas analistas disseram ser um navio espião de uso duplo.
Em resposta às preocupações com a crescente assertividade da China, a Marinha indiana enviou, no ano passado, quatro navios de guerra para o Sudeste Asiático, o Mar do Sul da China e o Indo-Pacífico, para exercícios militares com o grupo de nações do bloco “Quad”, que inclui ainda Estados Unidos, Japão e Austrália.
Modi disse hoje que as preocupações de segurança na região do Indo-Pacífico e no Oceano Índico foram, durante muito tempo, negligenciadas.
“Hoje, esta área é uma grande prioridade para a defesa do nosso país. Estamos a trabalhar a todos os níveis, com um aumento do orçamento e da capacidade da Marinha”, afirmou.
A Marinha do Exército de Libertação Popular da China empreendeu, na última década, um programa de modernização, visando converter-se numa força capaz de operar globalmente, em vez de ficar restrita a permanecer perto da costa do continente chinês.
A Marinha da China tem cerca de 355 navios, incluindo submarinos, de acordo com o Departamento de Defesa dos EUA, que estima que a força crescerá para 420 navios, até 2025, e 460 navios, até 2030.
Em junho, a China apresentou o seu terceiro porta-aviões, que se acredita estar equipado com um sistema eletromagnético, como os Estados Unidos usam nos seus novos porta-aviões.
A frota da Índia agora inclui dois porta-aviões, 10 contratorpedeiros, 12 fragatas e 20 navios de corveta, de acordo com a sua marinha.
O porta-aviões mais antigo da Índia, o INS Vikramaditya, foi construído na União Soviética, em 1987. A Índia comprou-o, em 2004, pelo valor equivalente a 2,35 mil milhões de euros.
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