O Ministério dos Negócios Estrangeiros indonésio disse que 538 pessoas partiram de Cartum no domingo de manhã, de autocarro, para a cidade costeira de Port Sudan, de onde partirão de barco para Jeddah, na Arábia Saudita, de acordo com um comunicado.
“O plano inicial era retirar todos os cidadãos indonésios, aproveitando o cessar-fogo. No entanto, devido às restrições de combustível para autocarros, a retirada não pode ser feita só de uma vez “, disse o ministro Retno Marsudi.
O chefe da diplomacia de Jacarta acrescentou que ainda estão 289 indonésios no Sudão, a maioria estudantes, que vão ser retirados numa segunda fase.
Para isso, o exército indonésio preparou um avião Boeing 737, que poderá sair, ao início da tarde, de uma base militar, disse o comandante-chefe Yudo Margono, em comunicado.
No início do conflito, havia 1.209 indonésios no Sudão, de acordo com a contagem inicial.
No domingo, Espanha anunciou ter conseguido retirar por via aérea cerca de uma centena de pessoas do Sudão, incluindo portugueses, estando o avião militar a caminho do Djibuti.
O avião militar espanhol “descolou de Cartum pouco antes das 23:00 [22:00 em Lisboa] com cerca de uma centena de passageiros”, referiu o Governo espanhol, em comunicado.
O Governo português tinha dito que o Ministério dos Negócios Estrangeiros e o Ministério da Defesa Nacional estavam “a trabalhar em articulação, juntamente com outros países aliados, com vista à retirada, em segurança, dos cidadãos nacionais que se encontram no Sudão”.
“Foram já contactados todos os cidadãos nacionais conhecidos no Sudão, e as diferentes situações estão a ser acompanhadas”, adiantou o MNE, em comunicado divulgado no domingo.
O MNE tinha adiantado à Lusa que eram pouco mais de “uma dúzia” os portugueses que se encontravam no Sudão quando começaram os combates, há uma semana.
Os ministros dos Negócios Estrangeiros da UE reúnem-se hoje, no Luxemburgo para debater, entre outros temas, o conflito no Sudão.
Bruxelas já tinha anunciado um esforço conjunto entre os Estados-membros para acautelar a segurança de cidadãos europeus que estejam no país, sendo esperado que durante a reunião se avance nesse mecanismo.
Mais de 400 pessoas morreram e cerca de 3.500 ficaram feridas no Sudão desde o início dos combates que opõem, desde 15 de abril, o exército ao grupo paramilitar Forças de Apoio Rápido (RSF, na sigla em inglês).
Cartum está convertida numa autêntica zona de batalha, com porções da cidade sob o controlo dos militares sudaneses e outras controladas pelo RSF.
Os confrontos começaram devido a divergências sobre a reforma do exército e a integração das RSF no exército, parte do processo político para a democracia no Sudão após o golpe de Estado de 2021.
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