“Esta greve vai cair no pico da apanha do tomate. O tomate, em Portugal, é plantado entre abril e maio […] e apanhamos cerca de 25 milhões de quilos por dia que depois são transformados, poucas horas após a apanha. O valor dessa atividade é de cerca de quatro milhões de euros por dia”, estimou, em declarações à Lusa, Martin Stilwell.

Tendo em conta que a apanha do tomate decorre entre agosto e setembro e que este é um fruto de curta duração, os produtores estão “muito alarmados com a situação”, acrescentou o responsável.

Desta forma, apelam a que este setor seja integrado nos serviços mínimos para que seja disponibilizado “gasóleo aos agricultores e aos homens que transportam o tomate”, bem como para que “seja permitido abastecimento de fuel e gás às fábricas” que transformam este fruto.

A Associação dos Industriais de Tomate exprimiu, por escrito, estas preocupações ao executivo, estando já agendada, para a próxima semana, uma reunião com o ministro da Agricultura, Capoulas Santos.

Paralelamente, os produtores estão a tentar precaver-se, abastecendo, antecipadamente, os seus veículos, porém, alertam que, sem energia, as fábricas de transformação não vão conseguir funcionar.

Com esta greve, ficam assim em causa, “quatro mil postos de trabalho de cerca de oito fábricas, essencialmente, na região do Ribatejo”, apontou.

A paralisação dos motoristas “põe em risco o futuro da atividade em Portugal. Estamos em contacto muito próximo com os nossos agricultores que estão, igualmente, alarmados com a situação. Pode, com alguma facilidade, pôr em causa a subsistência desta atividade no país”, defendeu Martin Stilwell.

O setor do tomate regista anualmente um volume de negócios de 250 milhões de euros, sendo que 97% deste valor se destina à exportação.

A greve convocada pelo Sindicato Nacional dos Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP) e pelo Sindicato Independente dos Motoristas de Mercadorias (SIMM), que começa no dia 12, por tempo indeterminado, ameaça o abastecimento de combustíveis e de outras mercadorias.

O Governo terá que fixar os serviços mínimos para a greve, depois das propostas dos sindicatos e da Associação Nacional de Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias (ANTRAM) terem divergido entre os 25% e os 70%, bem como sobre se incluem trabalho suplementar e operações de cargas e descargas.

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