O estudo, coordenado por Margarida Gaspar de Matos, da Faculdade de Motricidade Humana, consistiu em entrevistas a 1.166 jovens com idades entre os 18 e os 24 anos.

Dos jovens inquiridos, 89,6 por cento já tiveram relações, com 16 anos como idade média de início, segundo as respostas obtidas, em que se referem as infeções sexualmente transmissíveis, as gravidezes indesejadas e a "insegurança em relação à 'lealdade' nas relações afetivas" estão entre as principais preocupações relatadas.

O preservativo é o método contracetivo mais usado no início da atividade sexual - 78,8% na primeira relação - mas vai baixando - apenas 48,95% declaram tê-lo usado na relação mais recente -, o que assinala "a diferença entre uma escolha informada e uma desmotivação".

"Quando a relação se prolonga no tempo, deixam de utilizar o preservativo e passam a utilizar a pílula contracetiva", mas no início das relações e em situações pontuais, é o método mais prevalente, refere o estudo.

A decisão de ter relações sexuais é tomada "em geral num quadro de partilha afetiva" mas "há ainda situações de coação a exigir ação educativa e sociojurídica urgente", uma vez que "a violência e a coação associadas à sexualidade são ainda uma realidade".

Entre as razões apontadas pelos jovens para a violência no namoro estão "baixa autoestima e medo de solidão que algumas raparigas (especialmente) têm", enquanto nos casos em que são os rapazes os agredidos, "é menos falada por vergonha".

A maioria dos inquiridos afirmou ter "conhecimentos básicos" em relação a infeções como a Sida, com 61,8% expostos a programas de educação para a prevenção do VIH/Sida, mas a esmagadora maioria (92,2%) a admitir que não se lembra da última mensagem preventiva que ouviu.

Os investigadores recomendam à tutela, nomeadamente os ministérios da Educação e da Saúde, que promovam o uso do preservativo, combatendo o "estigma associado" com acesso facilitado e barato a este meio contracetivo, "vacinas, testes de despiste e outro aconselhamento em saúde sexual e reprodutiva".

Recomendam ainda que se foque "o lado emocional da sexualidade" e se aponte o abuso nas relações como "um risco para a saúde física e mental".

No estudo, promovido pela multinacional biofarmacêutica Gilese, participaram outras instituições de ensino superior, como a Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa e o ISPA - Instituto Universitário.

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