Dois dias antes da paralisação na empresa gestora da infraestrutura ferro e rodoviária, fonte oficial da IP informou à Lusa que o "processo negocial ainda decorre" e que a expectativa é que "seja atingido um acordo" que permitida desconvocar o protesto, que deverá causar "fortes perturbações na circulação” de comboios.
Por seu lado, José Manuel Oliveira, coordenador da Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações (Fectrans), confirmou a realização de uma reunião na terça-feira, no Ministério do Planeamento e Infraestrutura, “no âmbito do processo negocial da IP”.
A CP - Comboios de Portugal já alertou para “fortes perturbações na circulação” devido à greve na IP, face à previsão de “supressões de comboios a nível nacional em todos os serviços”.
“Não serão disponibilizados transportes alternativos", acrescentou ainda a empresa de transportes.
Segundo decisão do tribunal arbitral sobre o protesto marcado por 14 organizações sindicais, ficam garantidos apenas os serviços mínimos definidos legalmente.
Depois de apresentados os argumentos da empresa e dos sindicatos, o tribunal decidiu estarem abrangidos, nos serviços mínimos, os encaminhamentos para o destino de comboios a circular ao início da greve, os comboios socorro e aqueles que transportem matérias perigosas, 'jet fuel', carvão e bens perecíveis.
Na reunião para determinar os serviços mínimos, que decorreu na sexta-feira, a IP apresentou a ata de reunião da Direção-Geral do Emprego e das Relações de Trabalho, na qual dois sindicatos (ASCEF e SINFA) tinham concordado com a proposta apresentada pela empresa de 25% de serviços mínimos.
Por seu lado, os outros 12 sindicatos defenderam abranger apenas, nos serviços mínimos, os comboios em marcha à hora da greve, os comboios de socorro e os trabalhadores que asseguram serviços para a segurança e manutenção de equipamentos e instalações.
Na quinta-feira, as organizações de trabalhadores da IP voltaram a exigir que a administração da empresa e o Governo concretizem o acordo coletivo de trabalho e cheguem a acordo sobre um regulamento de carreiras.
Num cordão humano realizado em Lisboa, entre o Ministério do Planeamento e Infraestruturas e a Presidência do Conselho de Ministros, foram entregues, respetivamente, dois documentos a exigir a concretização do acordo em curso.
Em 10 de outubro, a Fectrans anunciava que a greve na IP marcada para dois dias depois decorreria em 31 de outubro, nos “mesmos moldes”.
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