“Não é uma obra urgente nem emergente”, apesar de ser “prioritária” para a IP, declarou o responsável, que falava em conferência de imprensa na sede da empresa, em Almada.
António Laranjo admitiu que a IP já sabia da existência de fissuras na Ponte 25 de Abril - que liga as duas margens do rio Tejo entre Almada e Lisboa - há dois anos, mas rejeitou perigo, alegando que, nessa situação, “a ponte estaria fechada”.
“O projeto é de 2016, mas aparece na sequência de um conjunto de evoluções que é natural neste tipo de infraestruturas”, explicou.
Dada esta situação, o presidente da IP destacou que “está tudo a ser feito” para garantir a segurança da infraestrutura e que esse trabalho, assente, por exemplo, no reforço dos “procedimentos de fiscalização”, “não é de agora nem de há dois ou três dias”.
António Laranjo tentou também “esclarecer e tranquilizar todos aqueles que diariamente utilizam esta infraestrutura rodoviária e ferroviária”, vincando que “nunca haverá perigo de circular nesta ponte”.
Ainda assim, apontou que a intervenção em causa é “de extrema gravidade”, merecendo “toda a atenção” da empresa.
De acordo com o responsável, o concurso público internacional de reabilitação da estrutura, com uma verba superior a 20 milhões de euros, deve ser lançado até dia 22 de março.
As obras devem arrancar no final deste ano, início do próximo e durar dois anos, estimou António Laranjo.
O anúncio das obras já tinha sido feito na quarta-feira através de um comunicado da IP à imprensa.
Hoje, a revista Visão divulgou que o Governo recebeu no mês passado um relatório do Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC) que alerta para a necessidade de “medidas urgentes” de reparação da ponte, depois de “terem sido detetadas ‘fissuras’ numa zona estrutural da travessia”.
António Laranjo desvalorizou este documento do LNEC, indicando que se trata apenas de “uma informação de duas páginas e meia” e não de um relatório.
No comunicado de quarta-feira, a empresa indicou que “esta empreitada tem por objetivo a realização de um conjunto de trabalhos identificados no âmbito das atividades de inspeção e de monitorização do comportamento estrutural da Ponte 25 de Abril, promovidas em contínuo pela IP, e executadas pelo ISQ – Instituto de Soldadura e Qualidade e Laboratório Nacional de Engenharia Civil, respetivamente”.
Os trabalhos de manutenção vão realizar-se durante a noite e aos fins de semana, incidindo sobre elementos metálicos da ponte suspensa e em elementos de betão armado pré-esforçado do viaduto de acesso norte.
O projeto de execução de suporte a esta empreitada contempla as soluções técnicas de reparação definidas pela empresa americana Parsons (projetista da Ponte 25 de Abril na década de 60) e pela companhia portuguesa TalProjecto (da área das estruturas metálicas), cujo desenvolvimento foi acompanhado e validado ao longo das suas diversas fases pelo LNEC.
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