”Nós temos uma maioria absoluta (PS) que se mostrou completamente incapaz de gerir o país, temos sinais muito preocupantes de degradação do poder de compra dos portugueses, temos sinais de instabilidade política constante e temos agora, com a comissão de inquérito à TAP, sinais evidentes de que a intervenção do Estado foi nociva para os próprios interesses da companhia, com promiscuidade, com interferência política, com imaturidade de gestão”, disse Rui Rocha.

Para o líder liberal, “todos os sinais são, de facto, de muita preocupação ao nível da gestão do país no seu conjunto, ao nível da gestão das empresas públicas, dos serviços público”.

“Para onde quer que olhemos, vemos ineficiência, vemos falta de serviço, vemos incompetência. E tudo isso é, obviamente, muito preocupante, para a IL”, acrescentou.

Rui Rocha falava aos jornalistas no final de uma visita aos estaleiros navais da Lisnave, em Setúbal, empresa que apontou como um exemplo de que é possível trabalhar, investir, promover a produtividade remunerar os trabalhadores de forma competitiva, num momento de grandes dificuldades para muitos portugueses.

A empresa de reparação naval de Setúbal, que está a atravessar um bom momento, e que tem uma carteira de encomendas para 12 meses, vai este ano distribuir parte dos lucros pelos seus 500 trabalhadores – dois a três salários por cada um deles.

Confrontado com as preocupações do ex-Presidente da República Cavaco Silva, que na terça-feira disse que a situação política do país, que já tinha classificado como “muito perigosa” há cerca de dois meses, desde então se tinha agravado muito mais do que esperava, Rui Rocha disse partilhar as mesmas preocupações, lembrando que a IL já apresentou uma moção de censura ao Governo e que defende a realização de eleições antecipadas.

“Nós já achávamos que era mau. E a comissão de inquérito da TAP, por exemplo, mostra que é ainda pior daquilo que nós estávamos a imaginar. Consideramos que esta maioria absoluta de António Costa está completamente esgotada, que não traz nada de bom ao país e que é absolutamente nociva para os interesses do país”, disse o líder da IL.

“O senhor Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, tem, obviamente, a sua avaliação política, mas a IL o que considera é que nós temos de olhar para a situação do país. E a situação do país é aquela que eu acabei de transmitir: degradação dos serviços públicos, degradação política, imaturidade, eu diria até infantilidade, naquilo que é a gestão que o Estado faz, nomeadamente numa empresa como a TAP. Esses são os sinais evidentes”, acrescentou Rui Rocha.

Questionado pelos jornalistas, o líder da IL admitiu que não tem havido contactos com o PSD com vista à formação de uma maioria de direita alternativa à atual maioria socialista, mas acredita que “o presidente da República só irá considerar que essa alternativa existe quando PSD e IL estiverem em condições de formar um Governo, sem necessidade do apoio de outros partidos.

“A interpretação que faço é que o senhor Presidente da República considerará que existe uma alternativa quando a IL e o PSD estiverem em condições, sem partidos populistas, de apresentar uma solução ao país. O que posso dizer é que a IL está a fazer o seu caminho, está a fazer o seu trabalho, está a apresentar soluções para os portugueses e está a apresentar uma visão de país completamente diferente daquela que António Costa tem para propor”, disse.

“E aquilo que esperamos é que o PSD esteja também em condições, no momento certo, de dizer presente. A IL fará o seu papel, que é não permitir que os vícios do bloco central se perpetuem no poder em Portugal”, acrescentou Rui Rocha, assegurando que a IL quer o país “fora do radar, do clientelismo, do nepotismo, da incompetência”.