De acordo com Luís Leite Ramos, deputado do PSD que preside à comissão, as audições aos empresários Joe Berardo e Manuel Fino decorrerão no dia 7 de maio, uma terça-feira, de manhã e de tarde, respetivamente.

Nos dias seguintes serão ainda ouvidos os devedores da CGD Manuel Matos Gil (Artlant/La Seda), no dia 8, Diogo Gaspar Ferreira (Vale do Lobo), no dia 9, e Joaquim Barroca (grupo Lena), no dia 10.

Já na próxima semana serão ouvidos os antigos presidentes da CGD António de Sousa (2000-2004), Carlos Santos Ferreira (2005-2008) e Fernando Faria de Oliveira (2008-2011), confirmou Luís Leite Ramos.

O Negócios tinha noticiado no domingo que António de Sousa e Carlos Santos Ferreira iriam ser ouvidos no dia 30 de abril (terça-feira), de manhã e à tarde, e que Faria de Oliveira seria ouvido no dia 03 de maio (sexta-feira).

De acordo com a auditoria da EY à gestão da CGD, que não revela diretamente os nomes de devedores, constam da lista das 25 maiores operações que geraram perdas para o banco público empresas ligadas aos empresários Joe Berardo, Manuel Fino, Manuel Matos Gil, Diogo Gaspar Ferreira e Joaquim Barroca.

Relativamente a Joe Berardo, a auditoria da EY identifica um crédito inicial de 350 milhões de euros, bem como um outro de 50 milhões de euros à Metalgest, empresa do universo do empresário madeirense.

Em 2015, segundo a auditoria, a exposição da CGD a Berardo era de 268 milhões de euros, sendo de 53 milhões no caso da Metalgest.

Já Manuel Fino tem identificados créditos de 180 milhões de euros em nome da Investifino, e um outro de 200 milhões em nome da Finpro, empresas do seu universo.

Em 2015, a CGD tinha um total de 138 milhões de euros de exposição à Investifino, e de 114 milhões à Finpro.

Manuel Matos Gil é implicado na auditoria da EY através do projeto Artlant, para a instalação de uma fábrica da empresa La Seda em Sines, classificada como projeto de interesse nacional (PIN) pelo Governo de José Sócrates (PS).

De acordo com a auditoria à CGD realizada pela EY, o total de crédito concedido à Artlant foi de 381 milhões de euros, e em 2015 a exposição da CGD a este projeto era de 351 milhões.

Diogo Gaspar Ferreira foi o intermediário do projeto de Vale do Lobo, que contou com uma concessão de crédito inicial de 194 milhões de euros por parte da CGD, mas cuja exposição do banco público em 2015 a superava, atingindo os 201 milhões de euros.

Já Joaquim Barroca, principal figura do antigo grupo Lena (hoje denominado NOV) e implicado na Operação Marquês, é um doa grandes devedores da CGD, através da empresa Always Special, que devia 44 milhões de euros ao banco público em 2015, depois de uma concessão inicial de crédito de 55 milhões.

[Notícia atualizada às 17:44]