Em audição na comissão parlamentar de inquérito ao pagamento de rendas aos produtores de eletricidade, questionado pelo deputado do PS Hugo Costa sobre o administrador da REN que foi consultor do ex-ministro da Economia Manuel Pinho, Rodrigo Costa disse que "é um excecional técnico, começando pelo fim, é responsável por tudo que é operações e regulação".

"Está connosco há nove anos. (...) Tem uma grande dedicação ao seu trabalho e tem um percurso que não é nada de diferente de muitas pessoas que trabalham neste país na área da energia em cargos importantes", considerou.

João Faria Conceição, um dos arguidos no âmbito de um processo que investiga corrupção e participação económica em negócio no caso que investiga o processo legislativo relativo à introdução dos CMEC (custos para a manutenção do equilíbrio contratual), prestou consultoria em questões de política energética ao então ministro da Economia, Manuel Pinho, entre abril de 2007 e maio de 2009, altura em que passou a ser administrador na REN - Redes Energéticas Nacionais.

"Começou na área financeira, depois esteve na BCG [The Boston Consulting Group] como consultor, foi contratado para fazer um trabalho via BCG em que de facto assessorou o Ministério da Economia e veio a ser convidado por um acionista nosso - que hoje já não é - para ir trabalhar para a REN, para a comissão executiva que na altura tinha sete ou oito pessoas", resumiu.

Rodrigo Costa realçou que João Conceição "é muito respeitado no setor", que conhece "profundamente".

Em setembro, em audição na comissão parlamentar de inquérito às rendas da energia, confrontado com a existência de um triângulo pelo deputado do PCP António Filipe, o administrador da REN João Conceição considerou que "em relação a projetos de empresas com um tamanho como a EDP e a REN, num país com o tamanho de Portugal, é improvável qualquer prestador de serviços (consultor, advogado) que tenha trabalho no setor da eletricidade não tenha trabalhado com uma das duas empresas".

"Apenas posso responder por mim e, no que me diz respeito, a melhor prova é que estou na REN há nove anos, fui escolhido em quatro assembleias-gerais eletivas, o que é um reconhecimento da minha valia profissional. O que lhe posso responder é que o trabalho de uma consultora - julgo que posso extrapolar para auditoras, escritórios de advogados e outros prestadores de serviços - para exercer é preciso ter ética profissional", declarou então.