Uma notícia publicada no domingo pelo jornal Correio da Manhã avançava que o médico que denunciou o homicídio no Aeroporto de Lisboa tinha sido despedido pelo Instituto Nacional de Medicina Legal e que a Polícia Judiciária está a investigar alegadas pressões a que o médico teria sido sujeito, depois de ter sido “chamado à atenção” pela rapidez com que teria realizado o relatório da autópsia.

O Instituto Nacional de Medicina Legal e Ciências Forenses (INMLCF), citado pelo Público, explicou que “no caso em questão, o médico que realizou a autópsia informou previamente a diretora da Delegação Sul do INMLCF da suspeita da existência de crime, pelo que obteve desta dirigente total concordância na denúncia da situação à Polícia Judiciária, o que aconteceu logo de seguida”.

À publicação, o organismo terá reiterado que “é totalmente falso que qualquer médico do INMLCF tenha sido ‘chamado à atenção devido à prontidão do seu relatório’”.

O médico legista Carlos Durão tinha um contrato de prestação de serviços para o exercício de funções na Delegação do Sul do INMLCF, em Lisboa, e, segundo o Instituto, foi afastado depois da publicação de um “artigo científico com fotografias de um corpo de um cadáver autopsiado no INMLCF, incluindo fotografias da sua face, em clara violação do estabelecido no Regulamento Interno do Instituto”.

“Tal violação da privacidade é inaceitável, em respeito pela pessoa falecida e pelos seus familiares, pelo que o conselho diretivo deste Instituto — por essa razão, e apenas por essa razão — não teve qualquer dúvida em rescindir o contrato de prestação de serviços com o referido médico, em 26 de Novembro passado”, refere o instituto em comunicado.

Segundo a publicação, o INMLCF referiu ainda que o conselho diretivo “tomou a deliberação no âmbito da autonomia que a lei lhe confere, sem qualquer interferência exterior” e que a notícia “pretende relacionar factos que são totalmente independentes”, salientando que “a denúncia de situações em que existe suspeita de crime constatada no âmbito da realização das autópsias constitui obrigação do INMLCF e dos seus profissionais, o que acontece com frequência, é absolutamente correto e é suposto que aconteça em todas as situações desta natureza”.

De acordo com a  TVI, Carlos Durão afirmou também não haver relação entre a autópsia realizada a Ihor Homeniuk e a saída do instituto.