A rua de Angola, no extremo norte da cidade, a avenida dos Bombeiros, junto ao mercado municipal, e boa parte do centro histórico ficaram com a água acima dos níveis dos passeios, entrando mesmo em algumas lojas e residências.
Algumas das principais artérias no perímetro urbano tiveram de ser cortadas ao trânsito para evitar a circulação nas zonas alagadas, devido à forte chuva registada entre as 06:00 e as 08:30, que deixou grande parte da cidade intransitável.
Em declarações à Lusa, fonte do Comando Distrital de Operações de Socorro (CDOS) de Faro adiantou que às 07:00 a estação meteorológica do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) registou, numa hora, 42,1 milímetros de precipitação na cidade.
Segundo a mesma fonte, a zona urbana de Vila Real de Santo António foi a área mais atingida — a par das localidades de Altura e Monte Gordo -, tendo sido registadas 41 ocorrências devido ao episódio de “precipitação intensa e localizada”.
De acordo com o CDOS, este é o único concelho da região onde os efeitos do mau tempo são mais visíveis, embora todas as ocorrências estejam já em resolução e não haja registo de vítimas ou de consequências mais graves.
“Quando há inundação de superfícies, o que apenas aconteceu em vias municipais, não havendo estradas nacionais afetadas, a água acaba por entrar em alguns edifícios. Mas, no geral, são pequenas inundações, sem grande expressão, com a água a chegar a um palmo, um palmo e meio”, precisou.
Entretanto, a tendência é de desagravamento do mau tempo, o que está a ajudar os bombeiros e proteção civil municipal nas operações de retirada da água, que envolviam, às 11:00, 13 veículos e 28 operacionais destas forças, mas também da PSP e GNR, acrescentou a mesma fonte.
“Choveu muito, houve muita trovoada, mas isto também está assim por causa do muito lixo que há no chão e que entupiu as sarjetas”, lamentou à Lusa Luís Castro, um morador de uma das zonas afetadas, que tentava limpar as sarjetas próximas dos resíduos que impediam a água de escoar.
Sónia Miranda, uma moradora da rua de Angola disse à Lusa que em frente ao número 7 “os carros estavam também quase com a água na porta” e os “proprietários e trabalhadores de um ginásio e de uma academia de dança retiravam água do interior com vassouras”.
Por toda a cidade é visível a azáfama dos serviços municipais para tentar repor a normalidade, na sequência de uma tempestade que provocou, ainda, interrupções nos transportes públicos rodoviários, disse à Lusa uma utilizadora do serviço de autocarros que liga a cidade à freguesia vizinha de Monte Gordo.
“Esta manhã fui apanhar o autocarro para ir trabalhar e ele não veio. Táxis também não há, se não fosse um amigo que passou a dar boleia, hoje não tinha podido trabalhar”, contou Rosa Santos.
Segundo o CDOS, o mau tempo que se fez sentir naquela cidade do sotavento (leste) algarvio, teve origem numa bolsa de ar frio em altura que se deslocou de Espanha para Portugal Continental, provocando instabilidade e aguaceiros localmente fortes.
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