Investigadora da Universidade Católica, Lívia Franco foi uma das oradoras num debate no Parlamento sobre o tema "Refugiados e Migrações: a prevenção de conflitos e as soluções duradoiras", uma iniciativa da Comissão de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias (subcomissão para a Igualdade e Não Discriminação).
Baseando-se apenas em dados e estudos científicos, a responsável lembrou que a maioria dos ataques e das vítimas do terrorismo não acontecem na Europa (União Europeia) e disse que os dados existentes “não sugerem nem confirmam que enquanto grupo os refugiados são terroristas ou põem em causa a segurança das comunidades europeias”, antes indicam que esses refugiados apenas procuraram “uma vida normal”.
Num debate que juntou o antigo Presidente da República Jorge Sampaio mas também responsáveis de entidades ligadas à questão dos migrantes e dos refugiados, coube ao ministro Adjunto, Eduardo Cabrita, encerrar os trabalhos com palavras de otimismo e de orgulho pelo “esforço nacional” de integração de imigrantes.
Numa altura em que “86 municípios” já acolheram refugiados, nas palavras do ministro, Portugal tem legitimidade para dizer que “só à escala europeia é possível dar resposta à questão dos refugiados”.
No debate de hoje falaram também responsáveis autárquicos das Câmaras de Sintra, Penela e Batalha, que já receberam refugiados.
Sintra, que já acolheu cinco famílias (24 pessoas), vai receber mais cinco na próxima semana e depois outras duas até final do mês. Decidiu acolher até 25 famílias e criou um documento de orientação para todos os interlocutores no processo de acolhimento, disse o vice-presidente Eduardo Quinta Nova.
O presidente da Câmara de Penela, Luís Matias, lembrou que o município já recebeu 20 estrangeiros e salientou que se cada município recebesse 20 famílias eram ultrapassadas as necessidades de acolhimento.
E Paulo Batista dos Santos, presidente da Câmara da Batalha, falou das vantagens para o município por ter capacidade de aceitar e integrar refugiado e disse que a questão (dos refugiados) é essencialmente política, sendo “uma vergonha para a Europa” o acordo com a Turquia (de impedir a entrada dos refugiados na União Europeia a troco de apoio financeiro).
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