O projeto, a iniciar em maio, terá uma duração de cinco anos, findos os quais a equipa do IST espera disponibilizar os serviços a empresas, artistas ou entidades públicas, nacionais e estrangeiras, adiantou à Lusa um dos coordenadores da iniciativa, Nuno Jardim Nunes, que dirige o Instituto de Tecnologias Interativas, do IST, em Lisboa.

A 'blockchain' é uma tecnologia segura de registo digital de dados que dispensa uma entidade centralizadora para manter esse registo. O uso da 'blockchain' vulgarizou-se com o aparecimento das 'bitcoins', ao permitir registar, de forma fiável, operações financeiras com a moeda virtual sem a necessidade de intermediários.

A informação guardada a partir da 'blockchain' é uma grande base de dados pública em permanente atualização, mas inviolável a ataques informáticos, e à qual qualquer pessoa pode aceder através de um computador ou telemóvel com ligação à internet.

Uma das aplicações possíveis da tecnologia poderá ser para manter repositórios comuns de doenças como a covid-19, com dados sobre casos, sintomas e formas de transmissão, ou redes de produção de equipamentos (máscaras e ventiladores), com informação sobre matérias-primas e capacidade produtiva das empresas, exemplificou Nuno Jardim Nunes.

A 'blockchain' pode igualmente ser útil para criar redes de uso partilhado de automóveis, bicicletas ou equipamentos de energia renovável e guardar a produção intelectual ou artística, como fotografias e textos.

O projeto envolve também o Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Investigação e Desenvolvimento, do IST, e a parceria de empresas multinacionais.

O apoio financeiro é atribuído pelo programa comunitário de apoio à inovação e investigação Horizonte 2020.