De acordo com um relatório publicado e apresentado hoje, o Tribunal de Contas Europeu (TdC Europeu) revelou que, apesar dos quase 17 mil milhões de euros investidos pela UE na “energia azul” nos últimos 15 anos, “pode ser difícil” atingir os objetivos para o seu crescimento e utilização.
De acordo com o TdC Europeu falhou a avaliação das consequências ambientais e socioeconómicas “da rápida expansão planeada das instalações de produção no mar”.
“A UE pode não conseguir realizar as suas ambições. É preciso fazer muito mais para que a energia azul se torne sustentável do ponto de vista socioeconómico e ambiental”, advertiu aquela instância.
Em 2020 a Comissão Europeia aprovou esta estratégia como parte do plano para a transição ecológica dos 27, que incluiu encontrar fontes de produção de energia alternativas e “limpas”.
Para tal investiu mais de dois mil milhões de euros para desenvolver a tecnologia necessária para aproveitar a energia do mar e mais de 14 mil milhões em empréstimos e investimentos em capitais próprios pelo Banco Europeu de Investimento.
Contudo, o TdC Europeu alerta para um “dilema ecológico”.
A intenção da Comissão Europeia é a de transitar para uma produção de energia menos poluente e com menor pegada ecológica, mas “não estimou os seus possíveis efeitos ambientais”, como o facto de poder afastar espécies das zonas onde são instaladas as estruturas ou as alterações que pode provocar às que permanecem nesses espaços, as modificações à maneira como se alimentam e nos padrões migratórios.
“O Tribunal de Contas Europeu receia que a expansão da ‘energia azul’ na UE venha a prejudicar o ambiente marinho, tanto abaixo como acima da superfície do mar”, finalizou o tribunal no comunicado divulgado.
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