"Esse investimento será sempre feito por entidades privadas. Temos neste momento uma candidatura para o poder fazer, utilizando aquele que é o melhor dos canais que é a conduta do Alviela, uma conduta com 150 anos que abastece Lisboa e que está em curso ser desativada, porque já existem outras alternativas", afirmou o governante, no final da audição na comissão de Economia, Inovação e Obras Públicas.

Antes, o ministro tinha anunciado que será construído um oleoduto para abastecer o aeroporto de Lisboa, que aproveitará uma conduta de água existente, que deverá estar concluído até ao final do primeiro semestre de 2021.

Neste momento, acrescentou, está a ser avaliada "juridicamente" essa candidatura por parte da CLC - Companhia Logística de Combustíveis, S.A, controlada pela Galp, que é a empresa responsável pela exploração do oleoduto entre Sines e Aveiras de Cima e também pela armazenagem e expedição de combustíveis na instalação de Aveiras de Cima.

"Se for encarada como uma atividade de transporte, encaramos a possibilidade de negociar diretamente com esse interessado, se for entendida juridicamente como atividade de distribuição, vamos muito rapidamente fazer um concurso público onde vamos dizer onde queremos que passe esse oleoduto, que é uma absoluta necessidade", acrescentou.

Segundo o responsável, em causa está um canal com uma distância de cerca de 50 quilómetros entre Aveiras, onde fica o parque de armazenamento de combustíveis, e o aeroporto de Lisboa.

Entretanto, precisou, também têm que decorrer negociações com a ANA - Aeroportos de Portugal, "não só porque este oleoduto tem que entrar dentro do aeroporto, como vai ser necessário reforçar a capacidade de tancagem que hoje existe no próprio aeroporto".

Matos Fernandes reconheceu que, apesar de alternativas ao abastecimento do principal aeroporto do país ser "um assunto antigo", "naturalmente foi acelerado a partir daquilo que aconteceu e que mostrou a fragilidade que o aeroporto de Lisboa tem", aludindo à greve dos motoristas de matérias perigosas.

A greve nacional dos motoristas de matérias perigosas em abril revelou as fragilidades do sistema de abastecimento em Lisboa, tendo ameaçado a operação da infraestrutura devido à falta de combustíveis.