A vereadora com o pelouro dos transportes da Câmara de Coimbra, Ana Bastos, afirmou hoje que a IP confirmou a viabilidade técnica de ajustes propostos pelo município ao traçado da alta velocidade, permitindo dessa forma evitar a expropriação total da Quinta das Cunhas, pequena localidade do concelho, no âmbito da alta velocidade.
A confirmação dessa viabilidade técnica dota agora a Câmara de Coimbra “de elementos técnicos para poder reclamar junto do futuro concessionário a retificação do traçado”, aclarou a vereadora, que falava durante a reunião do executivo, que decorreu hoje.
“Com este ajuste ao traçado, consegue-se poupar a totalidade das edificações da Quinta das Cunhas, salvando assim as memórias e a identidade daquele lugar, enquanto se asseguram melhorias, com redução do número de demolições no concelho de Condeixa-a-Nova”, salientou Ana Bastos.
Segundo a vereadora, o ajuste permite também evitar a demolição de outras três habitações em Reveles, “uma delas acabada de construir”.
Apesar de este processo não estar para já fechado – depende da vontade do futuro concessionário -, a vereadora afirmou à agência Lusa estar “muito confiante” que os ajustes propostos e com viabilidade técnica assegurada possam ser seguidos na empreitada.
“Este é o resultado de um trabalho profícuo que se estabeleceu entre a Câmara de Coimbra e a IP no âmbito do processo da linha de alta velocidade, pelo que não posso deixar de dirigir um agradecimento especial à IP, seja a toda a estrutura técnica, seja aos seus dirigentes e administradores, pela abertura e colaboração prestada à população de Coimbra”, salientou Ana Bastos.
O presidente da Câmara de Coimbra, José Manuel Silva, congratulou-se com a possibilidade de se salvar a Quinta das Cunhas, vincando que o município tudo fará “em defesa dos munícipes”.
No entanto, frisou, tudo isso é feito sem se esquecer “que o projeto da alta velocidade é estratégico para o país e para Coimbra, que passará a ter dois aeroportos nos seus arredores [Porto e Lisboa]”.
Recentemente, o presidente da União de Freguesias do Ameal, Taveiro e Arzila, Jorge Mendes (CDU), disse à agência Lusa que tinha esperança de que o projeto pudesse ser revisto, uma vez que aquela localidade “está rodeada de floresta e um desvio de 100 ou 200 metros deixaria de passar por cima das casas”.
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