"Sei que a embaixada do Iraque já transmitiu a resposta. Está a ser analisada, eu próprio a analisarei logo à tarde", afirmou Augusto Santos Silva a jornalistas.
O governante adiantou que a resposta das autoridades iraquianas será transmitida ao Ministério Público e remeteu para mais tarde uma "nota pública" sobre o assunto.
Em causa está o pedido, feito a 25 de agosto, de levantamento de imunidade diplomática dos dois jovens iraquianos, por alegadas agressões ao português Ruben Cavaco, em Ponte de Sor. O levantamento da imunidade diplomática é necessário para que o caso seja investigado.
Questionado sobre se a resposta ao pedido do Governo português foi positiva, o ministro reiterou que "está a ser analisada".
Na semana passada, durante consultas políticas entre os dois países, que decorreram em Lisboa, as autoridades portuguesas informaram a parte iraquiana que esperariam uma resposta até ao final desta semana.
"Já houve palavras trocadas de forma absolutamente suficiente e portanto agora é passar aos atos", disse na altura Augusto Santos Silva.
O chefe da diplomacia portuguesa encontrou-se com o seu homólogo iraquiano em setembro em Nova Iorque, à margem da Assembleia Geral das Nações Unidas, e na ocasião o ministro do Iraque garantiu que Bagdade não se oporia a "qualquer exigência da lei para que a investigação possa ser concluída".
Caso não houvesse resposta das autoridades iraquianas, ou se a mesma fosse negativa, o Governo português poderia recorrer à declaração de 'persona non grata', levando à expulsão dos filhos do embaixador de Portugal.
No dia 17 de agosto, Rúben Cavaco foi agredido em Ponte de Sor, no distrito de Portalegre, alegadamente pelos filhos do embaixador do Iraque em Portugal, gémeos de 17 anos.
O jovem sofreu múltiplas fraturas, tendo sido transferido no mesmo dia do centro de saúde local para o Hospital de Santa Maria, em Lisboa, tendo chegado a estar em coma induzido. O jovem acabou por ter alta hospitalar no início de setembro.
Os dois rapazes suspeitos da agressão são filhos do embaixador iraquiano em Portugal, Saad Mohammed Ali, e têm imunidade diplomática, ao abrigo da Convenção de Viena.
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