“O contingente militar português no Iraque, 34 elementos, estão bem, estão todos fora de qualquer tipo de perigo estão na base de Besmayah, que fica a 200 quilómetros e 350 quilómetros das duas bases que foram atacadas, portanto estão muito longe do local onde ocorreram estes incidentes”, declarou o ministro João Gomes Cravinho.

O Pentágono confirmou hoje que "mais de uma dúzia de mísseis" iranianos foram disparados contra duas bases em Ain Assad e Arbil, no Iraque, utilizadas pelo exército norte-americano.

Questionado pelos jornalistas à margem de uma visita à Academia de Comunicações e Informação da NATO, no Reduto Gomes Freire, em Oeiras, Gomes Cravinho sublinhou que a base onde estão aquartelados os militares portugueses, enquadrados no contingente espanhol na coligação internacional contra o “Daesh” é “uma base algo isolada”.

“Fica a uns 40 quilómetros Bagdad numa região desértica e é um campo militar grande como se fosse uma espécie de campo de Santa Margarida [em Portugal], que não tem uma povoação próxima e tem medidas de proteção reforçadas”, disse Gomes Cravinho.

Quanto a uma eventual retirada, o ministro reiterou que "é prematuro" falar em mandar regressar as tropas, afirmando que é preciso aguardar por mais desenvolvimentos em relação às posições das autoridades iraquianas.

O ministro adiantou que está em "estreita cooperação" com os aliados e que a "esperança é que em breve haja condições para retomar" as atividades de formação às forças iraquianas.

“Esperemos que haja condições para que esse trabalho continue, temos que dar tempo ao tempo. Se não houver condições para continuar a formação então retirar-se-á porque não faria sentido”, disse.

O ministro afirmou não ter indicações de que outros países “estejam a retirar as suas forças”. Quanto aos critérios de decisão, Gomes Cravinho disse que “em primeiro lugar” se a missão ou os militares forem colocados em perigo “aí não haverá condições e retirar-se-á”.

Em segundo lugar, se “não houver condições para fazer a formação também se retira”, disse, considerando que se deve dar “tempo ao tempo” e que as autoridades iraquianas ainda “não deram todos os esclarecimentos que precisam dar sobre como é que avaliam a presença da coligação internacional”.

“Temos de ver nos próximos dias como é que a situação se acalma”, acrescentou.

Quanto às condições de segurança em caso de retirada, o ministro da Defesa precisou que o contingente português está enquadrado no contingente espanhol, que conta com cerca de 500 elementos, e, nesse sentido, “qualquer retirada tem de ser coordenada com o contingente espanhol”.

(Notícia atualizada às 12h32)