Um porta-voz do Palácio de Buckingham disse esta quarta-feira que a rainha vai encontrar-se com o primeiro-ministro cessante Boris Johnson, bem como com o seu sucessor no dia 6 de setembro em Balmoral, onde a monarca passa os seus verões.
A decisão de ter as audiências em Balmoral foi tomada para evitar que o futuro primeiro-ministro tenha de fazer quaisquer alterações de última hora nas suas intenções de deslocação, considerando as questões de mobilidade da rainha.
A monarca britânica, como chefe de estado, nomeia tradicionalmente o novo primeiro-ministro após uma audiência em Buckingham, momento em que as câmaras de televisão e os helicópteros seguem os carros oficiais que entram nos terrenos do palácio.
Todos os líderes britânicos têm sido nomeados no Palácio de Buckingham desde o reinado da Rainha Vitória, excepto em 1908, com Herbert Henry Asquith, em viagem para Biarritz, França.
A rainha, que teve 14 primeiros-ministros durante o seu reinado, tem vindo a enfrentar "questões de mobilidade" nos últimos meses, forçando-a a reduzir as suas aparições públicas. Passou também uma noite no hospital em outubro passado por uma doença não especificada.
No entanto, em junho, apareceu na varanda do Palácio de Buckingham ao lado da sua família para acenar à multidão numa celebração que marcou os seus 70 anos no trono britânico.
Quem vai suceder a Boris Johnson?
A corrida para a sucessão de Boris Johnson na liderança do Partido Conservador e como primeiro-ministro britânico entra agora na reta final, com Liz Truss destacada à frente de Rishi Sunak.
As urnas dos votos postais dos cerca de 180.000 militantes ‘tories’ (conservadores) encerram na sexta-feira, dia 2 de setembro, às 17:00, sendo o anúncio do vencedor esperado às 12:30 da segunda-feira seguinte, 5 de setembro, dia em que o parlamento regressa das férias de verão.
Apesar de ter ficado em terceiro lugar nas rondas iniciais, a ministra dos Negócios Estrangeiros chegou a finalista e as sondagens mais recentes realizadas junto das bases do partido indicam margens confortáveis de 22 a 38 pontos percentuais em relação ao antigo ministro das Finanças.
O estatuto de favorita levou a maioria dos candidatos vencidos a apoiá-la, nomeadamente Penny Mordaunt, Tom Tugendhat, Suella Braverman e Nadhim Zahawi, e em alguns casos a mudar de lado e a abandonar Rishi Sunak, como o ministro para o País de Gales, Robert Buckland.
Truss recebeu também o apoio quase unânime da imprensa de direita, nomeadamente do Daily Mail, Daily Express, Daily Telegraph e Evening Standard, enquanto o The Times prefere Sunak e o The Sun manteve-se até agora neutro.
O debate em Londres nesta quarta-feira à noite entre Truss e Sunak será o último de uma dúzia de eventos em todo o país em que os militantes conservadores os questionaram sobre diferentes temas, com a economia e a crise do aumento do custo de vida a dominar até agora.
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