"O PS não tem candidato oficial. Mais uma vez, parece-me um erro. Mas aqui estamos. Livres para escolher. Os ataques à democracia que se fazem sentir na Europa, nos EUA, no Brasil, etc, são ataques que, por aqui, recordam-nos da importância de partidos como o PCP", afirmou Isabel Moreira, numa publicação no Facebook, duas horas depois de o PCP ter anunciado a candidatura de Joáo Ferreira às presidenciais de 2021.
Isabel Moreira é a primeira militante do PS, partido que até ao momento não tem posição sobre uma candidatura a Belém, a declarar o apoio a um candidato de outro partido, neste caso, do PCP.
"Sou socialista. Não sou comunista. Agradeço, no entanto, a institucionalização do conflito que devo ao PCP, que evita o sonho dos inimigos da democracia, desde os movimentos inorgânicos, à extrema-direita que agora faz tantas horas da comunicação social", argumentou ainda.
Porque é "avesso a populismos", o que "traz exatamente aquilo" que defende nesta campanha, e "por tudo isto e por muito mais", Isabel Moreira afirma que vai "votar no João Ferreira, em nome de uma democracia não populista", "em nome do Estado de direito".
O eurodeputado João Ferreira é o candidato do PCP nas eleições presidenciais de 2021, anunciou hoje o secretário-geral do partido, Jerónimo de Sousa.
"A nossa candidatura é para ir até ao fim", afirmou Jerónimo de Sousa no final de uma reunião do comité central do partido, recusando a ideia de que esta é "uma candidatura para desistir" para dar mais hipóteses a um concorrente à esquerda.
Sem dizer o que aconteceu na reunião, o líder do PCP afirmou que o documento sobre as eleições e o candidato às presenciais foi aprovado "por unanimidade".
João Ferreira, biólogo, 41 anos, é eurodeputado do PCP e vereador da CDU na Câmara de Lisboa.
O secretário-geral adjunto do PS, José Luís Carneiro, remeteu hoje para a "hora própria" um comentário do partido sobre as eleições presidenciais, depois de ter sido questionado sobre a candidatura a Belém da socialista Ana Gomes.
A ex-eurodeputada socialista Ana Gomes anunciou publicamente a sua candidatura ao mais alto cargo da nação na quinta-feira, afirmando que não podia "desertar" do combate das próximas eleições presidenciais face à situação do país e considerando "inaceitável a desvalorização" deste ato eleitoral pelo PS.
A seis meses do fim do mandato do atual Presidente da República, são já oito os pré-candidatos ao lugar de Marcelo Rebelo de Sousa.
São eles o deputado André Ventura (Chega), o advogado e fundador da Iniciativa Liberal Tiago Mayan Gonçalves, o líder do Partido Democrático Republicano (PDR), Bruno Fialho, a eurodeputada e dirigente do BE Marisa Matias, a ex-deputada ao Parlamento Europeu e dirigente do PS Ana Gomes, Vitorino Silva (mais conhecido por Tino de Rans), o ex-militante do CDS Orlando Cruz e, a partir de hoje, João Ferreira, do PCP.
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