Doze dos 15 países membros do Conselho de Segurança votaram a favor da conclusão da integração da Palestina nas Nações Unidas, mas a proposta foi chumbada com duas abstenções e o voto contra dos Estados Unidos da América, que voltaram a usar o seu direito de veto.
O governo israelita anunciou hoje que vai apresentar um protesto às embaixadas dos países que votaram a favor da proposta argelina que iria melhorar o estatuto dos palestinianos, que têm um estatuto de “Estado observador não membro” desde 2012.
“Os embaixadores da França, do Japão, da Coreia do Sul, de Malta, da República Eslovaca e do Equador serão convocados amanhã” e “ser-lhes-á manifestado um forte protesto”, afirmou o ministério israelita na sua conta na rede social X, citado pela agência de notícias Agence France-Presse.
Segundo o ministério, a mensagem aos embaixadores é a seguinte: “Um gesto político para com os palestinianos e um apelo ao reconhecimento de um Estado palestiniano – seis meses após o massacre de 7 de outubro – é uma recompensa ao terrorismo”.
“Israel não aceitará a criação de um Estado terrorista que põe em perigo os seus cidadãos”, acrescentou o ministro na rede social.
Durante várias semanas, os palestinianos e os países árabes pediram ao Conselho de Segurança que aceitasse que um Estado palestiniano, que já é reconhecido pela maioria das capitais, tomasse um “lugar legítimo” na ONU.
A proposta acabou por ser chumbada com o veto norte-americano, atitude já condenada pelo presidente da Autoridade Palestiniana (AP), Mahmoud Abbas, que viu a ação como “uma agressão flagrante contra os direitos, a história e a pátria” do povo palestiniano, adicionando que a administração norte-americana “desafia a vontade da comunidade internacional”.
Para o líder da AP, a posição de Washington representa o “abandono de todas as promessas” relativas à solução de dois estados, como fórmula de paz entre israelitas e palestinianos.
Além disso, criticou Washington por fechar os olhos ao “roubo de fundos” do território pelas autoridades israelitas, o que acaba por enfraquecer a AP, e acusou: “Dá a Israel armas e dinheiro que matam os nossos filhos e destroem as nossas casas”.
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