Uma investigação, levada a cabo pela Agência de Segurança Israelita (Shin Bet) e a polícia, revelou que a célula do Hamas — um grupo considerado por Israel, Estados Unidos e pela União Europeia (UE) como terrorista -, planeava perpetrar os ataques no início de abril, quando a onda de violência que tem afetado a zona nos últimos meses já se estava a intensificar.
Os suspeitos também planeavam disparar contra alvos israelitas e figuras públicas como Ben-Gvir, fabricar artefactos explosivos improvisados, sequestrar soldados e realizar atentados suicidas, informaram as autoridades israelitas em comunicado.
As mesmas fontes precisaram que a célula tinha adquirido um veículo aéreo não tripulado (‘drone’), que iria seria utilizado para atacar um transporte ferroviário de uso público em Jerusalém.
O aparelho acabou por ser apreendido durante a investigação, juntamente com outras armas e dinheiro.
Segundo a agência israelita Shin Bet, a célula era liderada por Rashid Rashak, um destacado militante do Hamas, na parte oriental ocupada da Cidade Velha de Jerusalém, e ainda por Mansur Tzafadi, de Abu Tor, outro bairro oriental de Jerusalém.
Os dois elementos da célula do Hamas, no poder há mais de uma década na Faixa de Gaza, encontram-se detidos.
Os membros da célula planeavam esconder-se em Hebrom ou Jenin na Cisjordânia, depois da realização dos ataques.
A investigação adiantou ainda que Rashak estabeleceu uma rede de militantes em Jerusalém, cujo objetivo era causar agitação na zona leste da cidade durante o Ramadão, que este ano foi celebrado em abril, nomeadamente na Esplanada das Mesquitas, onde ocorreram confrontos entre palestinianos e forças de segurança israelitas em quase todas as sextas-feiras do mês sagrado muçulmano.
“Para tal, os militantes entregaram muitos fogos-de-artifício, bandeiras e vídeos do Hamas nos bairros de Jerusalém oriental para serem utilizados durante os tumultos do Ramadão”, acrescentou o comunicado.
O Procurador do Estado, no distrito de Jerusalém, está a apresentar acusações graves contra os suspeitos, informaram a Shin Bet e a polícia, prometendo continuar a tomar “medidas resolutas para enfrentar os envolvidos no terrorismo, especialmente em Jerusalém, em toda a extensão da lei”.
Durante a onda de violência que irrompeu no final de março, Israel sofreu seis ataques de palestinianos ou árabes-israelitas, com 18 baixas, enquanto mais de 40 palestinianos foram mortos em ataques do exército israelita na Cisjordânia ocupada, alguns deles civis desarmados, como a jornalista Shireen Abu Akleh, uma repórter veterana de dupla nacionalidade palestiniana e norte-americana, que trabalhava na estação televisiva Al-Jazeera.
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