A decisão foi criticada pela Autoridade Nacional Palestiniana (AP).
Segundo um comunicado de Smotrich, dirigente do partido de extrema-direita Sionismo Religioso, o Governo vai tentar aprovar a construção nos colonatos, considerados ilegais pelas principais instâncias institucionais, de 2.350 novas casas em Maale Adumin, perto do local onde ocorreu o tiroteio, outras 300 em Keidar, e ainda 694 em Efrat.
“Que todo o terrorista que pretenda atacar-nos saiba que levantar um dedo contra cidadãos israelitas implicará um golpe mortal e destrutivo, para além do aprofundamento do nosso controlo eterno sobre toda a terra de Israel”, disse Smotrich, ele próprio de um colonato, classificando a decisão de “uma apropriada resposta sionista”.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros da AP condenou “nos termos mais enérgicos o que foi divulgado pelos meios de comunicação judaicos relacionado com um plano israelita pelo qual o Governo de ocupação está a impulsionar a construção de mais de 3.300 novas unidades de alojamento na Cisjordânia ocupada, a maioria no colonato Maale Adumim”.
Na perspetiva da AP, a medida implica “um sinal oficial de Israel de anexação da Cisjordânia, incluindo Jerusalém leste, e de negação de qualquer oportunidade para a formação do Estado palestiniano, assim como um flagrante desafio à legitimidade internacional” e “aos esforços efetuados para terminar com a guerra e resolver o conflito por meios políticos”.
A organização não-governamental (ONG) Peace Now (‘Paz Agora’) denunciou a previsão de despender milhares de milhões de shekels (moeda local) em projetos relacionados com os colonatos no orçamento para 2024, e que deverá ser aprovado pelo Knesset (parlamento) nos próximos dias.
Segundo o projeto inicial, já aprovado pelo Governo israelita em 15 de janeiro, serão destinados 3.600 milhões de shekels (913 milhões de euros) em estradas na Cisjordânia para uso exclusivo dos colonos, 160 milhões (40 milhões de euros) em subsídios para as autoridades dos colonatos e 20 milhões (cinco milhões de euros) para “apoiar as explorações agrícolas [israelitas] na Cisjordânia, muitas delas ilegais”, assinala a Peace Now.
Outros 200 milhões de shekels (50 milhões de euros) estão designadamente destinados a projetos da associação Elad em 2024, que promove a expulsão de palestinianos em Jerusalém leste.
Por sua vez, Shlomo Neeman, munícipe do conselho regional do conjunto de colonatos Gush Etzion e presidente do conselho de Yesha, organismo governativo que aglutina representantes de todos os colonatos da Cisjordânia ocupada, manifestou regozijo com a decisão do Governo de Benjamin Netanyahu.
“Não há necessidade de esperar por outro ataque mortal. Os nossos inimigos devem saber que não nos acobardamos perante atos de terrorismo. Devemos prosseguir o estabelecimento do nosso domínio em todas as partes da terra de Israel”, disse.
O ataque armado de quinta-feira perto do colonato de Maale Adumim, arredores de Jerusalém, provocou um morto e seis feridos israelitas. A polícia disse que os três atacantes, residentes na cidade de Belém, na Cisjordânia, foram “neutralizados”.
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