“Agora todos temos de ser Dhlakama”, referiu aos jornalistas no final de uma celebração religiosa que juntou centenas de pessoas numa das sedes da Renamo, na cidade da Beira – onde as cerimónias fúnebres públicas vão decorrer, na quarta-feira.

Foram as primeiras declarações públicas de Ivone Soares, uma das figuras próximas de Dhlakama, após a morte do líder da Renamo.

“Peço à sociedade para não continuar a acobardar-se”, porque “Dhlakama já não está aqui connosco para endireitar a Frelimo”, acrescentou.

Ivone Soares disse que os moçambicanos não podem continuar a ser governados como “escravos” ou “acéfalos”.

A líder parlamentar recordou os últimos assuntos tratados com o tio, por telefone, relacionados com o acordo de descentralização do poder negociado entre Afonso Dhlakama e o Presidente de Moçambique, Filipe Nyusi.

“Não sei como vai ser agora. O partido precisa de discutir esta questão em profundidade”, referiu.

Ivone Soares disse que o tópico que está a “emperrar” as conversações entre Renamo e Frelimo é a nomeação dos administradores distritais – que o partido da oposição quer ver nomeados pelos governadores eleitos em cada província, em vez de indicados pelo Governo, a partir de Maputo.

“Precisamos de achar um meio termo”, acrescentou, caso contrário, Moçambique pode vir a ter “uma descentralização centralizada”, no que classificou como “um doce envenenado”.

Além do pacote de descentralização, ficou por anunciar antes da morte de Dhlakama um outro entendimento relativo à desmilitarização, desmobilização e reintegração do braço armado da Renamo.

Um novo acordo para a paz em Moçambique depende dos dois dossiês, conforme foram anunciando Filipe Nyusi e o líder da oposição, nos últimos meses, num tom geralmente otimista sobre o decorrer das negociações.

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