O ressurgimento do interesse pela Camisola Poveira, um artigo secular e muito ligado às tradições piscatórias deste concelho do norte do país, surgiu após a polémica com a estilista norte-americana Tory Burch, que criou um artigo muito semelhante e promoveu-o como produção própria.
O incidente ganhou dimensão mediática e, apesar da empresária ter admitido o erro e retirado o artigo das suas plataformas de venda, está a ser promovida uma ação judicial, interposta pelo Estado Português nos tribunais do Estados Unidos, contra a estilista, com um pedido de indemnização pelos danos causados.
Esse crescente interesse foi também reconhecido pelo Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP), que criou um curso com uma duração de 300 horas, que se vai prolongar por três meses, e que esgotou prematuramente com a inscrição de 25 formandas. Mas continuam a aparecer interessados: diz o Jornal de Notícias (JN) que a fila de espera para aprender a fazer a Camisola Poveira já vai em 90 pessoas.
Entre os interessados surgem pessoas desempregadas, outras que querem mudar de área e veem aqui uma "oportunidade de negócio". Todas as pessoas desempregadas se podem inscrever no curso, recebendo uma bolsa formativa enquanto o frequentam. E, apesar de esta primeira vaga estar já esgotada, o IEFP pretende organizar mais formações.
Para as pessoas que não estão inscritas no IEFP — reformados, estudantes, donas de casa —, foi disponibilizada pela Câmara Municipal uma formação para ocupação de tempos livres, dada pelo Grupo dos Amigos do Museu. Desta forma, a arte da Camisola Poveira pode continuar a ser aprendida.
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