“Por uma questão de princípio, sempre reservamos a nossa posição, não praticando qualquer ingerência (noutros partidos). A sabedoria popular tem uma expressão muito concreta: em relação à vida no convento, sabe quem lá vai dentro”, lembrou Jerónimo de Sousa, após uma reunião com representantes de forças e serviços de segurança, na sede partidária, em Lisboa.
Questionado sobre os efeitos das movimentações sociais-democratas no “xadrez” político nacional e eventual erosão do eleitorado e consequente reforço do PS nas eleições legislativas de outubro, o líder do PCP apontou que se verificam desenvolvimentos noutros quadrantes.
“Acompanhamos a evolução da situação. Este esforço de rearrumação não se fixa só no PSD, uma evolução ainda imprevisível. Compreenderá que não queiramos situar a questão – porque é muito mais vasta – em termos de PSD”, declarou.
Jerónimo de Sousa preferiu referir-se aos avanços alcançados desde novembro de 2015, com as posições conjuntas, também de BE e PEV, com o PS, desejando a manutenção e possível melhoria da atual situação política.
“Com certeza, haverá rearrumação de forças. O nosso objetivo é que o PCP se reforce na sua intervenção, nas eleições, em torno deste objetivo central: andar para trás não, é preciso continuar os avanços, repor rendimentos e direitos, manter aquela linha de reposição da esperança que foi conseguida há quatro anos”, afirmou.
Para o secretário-geral comunista, “a tranquilidade e a segurança dos cidadãos não é dissociável dos direitos e das condições de vida dos profissionais das forças e serviços de segurança” e é mesmo “inseparável da própria democracia”.
Jerónimo de Sousa lamentou o “quadro de carência e falta de estratégia”, defendendo as “legítimas reivindicações” de reforço de recursos humanos e meios materiais daqueles profissionais, assim como a valorização das suas carreiras.
“O PCP considera fundamental o reconhecimento destes homens e mulheres que zelam pela tranquilidade das pessoas. O Governo não tem dado resposta e existe um descontentamento profundo. Esperamos que o Governo tenha outra atitude e compreensão”, concluiu.
Os diversos representantes sindicais e associativos de PSP, GNR, polícia marítima, guardas prisionais, SEF e ASAE também criticaram a “desvalorização total por parte do Governo relativamente aos principais problemas”, nomeadamente “as condições sócio profissionais”, em especial as “progressões na carreira”, e “a segurança pública”.
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