“O sentimento da insatisfação é sempre uma característica que temos num processo de diálogo e procura de convergência em relação a aspetos importantes. Batemo-nos muito por essas questões”, disse Jerónimo de Sousa após sessão dos “Colóquios (Re)Partidos”, organizados pelo Conselho Nacional de Juventude (CNJ) junto das diversas forças políticas, no centro de trabalho Vitória do PCP, em Lisboa.
O líder comunista referia-se aos anúncios da véspera de inclusão na proposta governamental de OE2019 para novo aumento extraordinário de um mínimo de 10 euros para pensionistas, já em janeiro, manuais gratuitos até ao 12.º ano, fim faseado da penalização do fator de sustentabilidade nas reformas das longas carreiras e outras medidas relacionadas com o preço da eletricidade ou o reforço do abono de família.
“Essa prudência do Bloco (BE) é de registar. Aquilo que poderemos dizer é que o Bloco devia sentir-se profundamente satisfeito por ver que, independentemente, da nossa determinação e proposta, o avanço em si mesmo é uma questão que deve ser valorizada. Há compromissos e o PCP não tem por hábito ir avançando com coisas que não estão concretizadas. Há, de facto, esses compromissos”, garantiu, confrontado com declarações de bloquistas que afirmaram que o OE2019 ainda não está fechado.
O OE2019 tem de dar entrada no parlamento até 15 de outubro, seguindo-se o seu debate na generalidade entre 29 e 30 de outubro. A votação final global, após o período de discussão na especialidade, com a possibilidade de introdução de alterações por todos os partidos, está agendada para 29 de novembro.
“Naturalmente, temos ainda passos a dar em diante (preços da energia, incluindo o gás). É um processo que ainda vai ter desenvolvimentos, particularmente na [discussão na] especialidade para nós conseguirmos também diminuir a nossa insatisfação e aumentar a satisfação. Neste momento, reconhecendo que há avanços, ainda há muito artigo por verificar, muita proposta a considerar”, continuou.
Jerónimo de Sousa vincou uma “ideia de fundo: seria precipitado um posicionamento de voto sem conhecer o conteúdo da proposta [de OE2019]” e “a verificação dos conteúdos é o elemento que vai determinar” o “posicionamento de voto” do PCP.
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