"Aquela operação de chantagem com a ameaça de demissão do Governo neste final de legislatura, confirma que o PS, tal como PSD e CDS, não hesitará, criadas as condições e mudadas as circunstâncias, em retomar a sua política de sempre. Por isso, a sua batalha para conseguir uma maioria absoluta, para ficar de mãos livres, para fazer o que bem entendesse", disse Jerónimo de Sousa.
O secretário-geral do PCP falava num almoço comício da CDU, em Pinhel, no distrito da Guarda, onde foi apresentado André Santos como candidato às eleições legislativas pelo círculo eleitoral da Guarda.
Para Jerónimo de Sousa, "esta é uma questão central", daí que defenda que é preciso "alertar, mobilizar os trabalhadores e o povo para que reforcem a CDU".
Em sua opinião, o reforço na CDU nas eleições legislativas "é a melhor forma de impedir que o PS se entregue nos braços da direita do PSD e do CDS".
"Essa iniciativa [ameaça de demissão] mostra por antecipação que não será pelas mãos do PS que o caminho dos avanços na defesa, reposição e conquista de direitos prosseguirá, tal como evidencia que se o PS tiver as mãos completamente livres, o que foi alcançado corre sério risco de andar para trás, da mesma forma que andaria com o PSD e CDS se reunissem condições para isso", alertou.
Segundo o secretário-geral do PCP, foi com a luta dos trabalhadores e do povo "e a intervenção e ação da CDU que se avançou" no país.
"Será com uma CDU reforçada que se avançará na solução dos problemas dos trabalhadores, do povo e do país", admitiu.
Apelando depois à necessidade de "dar mais força à CDU", Jerónimo de Sousa disse que avançar é preciso, "para assegurar a elevação das condições de vida dos trabalhadores e do povo", para a defesa da agricultura familiar.
"Avançar significa garantir que os que têm acesso ao estatuto da agricultura familiar têm o apoio técnico do Ministério [da Agricultura], têm majoração no apoio ao regime da pequena agricultura, têm garantida a gratuitidade nas bancas dos mercados" e, também, "garantir uma política que defenda preços justos à produção e que combata a ditadura da grande distribuição", rematou.
André Santos, primeiro candidato da CDU às eleições legislativas pelo círculo eleitoral da Guarda disse que um reforço da Coligação "é crucial para a melhoria das condições de vida no país" e, em particular, no distrito da Guarda.
Antes do almoço com militantes, o secretário-geral do PCP participou, em Pinhel, no distrito da Guarda, numa homenagem póstuma a José Dias Coelho, escultor e militante do PCP, natural de Pinhel, que foi assassinado pela PIDE em 19 de dezembro de 1961.
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