“Devo dizer que a resposta é nacional, porque é verdade que em Lisboa se vai juntar num número de dias mais limitado uma quantidade de pessoas muito elevada, mas é também verdade que, nas semanas anteriores e nas semanas posteriores, vamos ter eventos em todo país”, adiantou Fernando Araújo em declarações à Lusa.

Considerado o maior acontecimento da Igreja Católica, a JMJ vai realizar-se entre 01 e 06 de agosto em Lisboa, sendo esperadas cerca de 1,5 milhões de pessoas.

Antes disso, as dioceses de todo o país vão promover o encontro de jovens de todo o mundo, com a chegada dos peregrinos a ocorrer de 26 a 31 julho.

Para responder a estes eventos, está montado um sistema de reposta “para todo o país”, mas a primeira semana de agosto em Lisboa será a “altura mais crítica”, reconheceu o diretor executivo do SNS.

Fernando Araújo referiu ainda que não pretende “limitar muito as férias dos profissionais” de saúde, alegando que “as pessoas precisam de descansar” depois do esforço desenvolvido nos primeiros dois anos da pandemia e do “período forte” de recuperação das listas de espera no SNS.

“Se começarmos a limitar muito as férias, vamos concentrá-las e colocar problemas noutras alturas do verão”, mais para o final de agosto ou em setembro e julho, disse.

Fernando Araújo adiantou também que foi avaliada a experiência de jornadas realizadas em outros países, permitindo concluir que os participantes, em geral, são jovens com “menos patologias” e que este tipo de evento “costuma ser mais tranquilo do ponto de vista social”.

“Os cenários que estão aqui em causa são de uma frequência de questões menos graves, que possam ser tratadas no próprio local com hospitais de campanha que lá teremos”, referiu o diretor executivo do SNS, ao salientar que está também prevista a resposta para “se acontecer alguma coisa com mais impacto”.

“Apesar de ser em agosto, essa questão da JMJ, e a forma como tem sido planeada e articulada com a Proteção Civil, as forças de segurança e outras [entidades], dá-nos algum motivo de tranquilidade” e confiança de que, “à partida, o SNS responda de forma adequada”, salientou.

Fernando Araújo admitiu ainda um verão “complexo e exigente” em algumas especialidades e hospitais do SNS, mas manifestou-se convicto que “não será a JMJ o facto que vai desestabilizar ou que vai colocar limitações à resposta” no país.

No início de abril, o Ministério da Saúde constituiu uma comissão para elaborar o plano de resposta e de gestão dos recursos desta área para a JMJ, antecipando que os vários eventos previstos vão exigir “um reforço da capacidade de resposta dos diferentes níveis de cuidados de saúde”.

O plano da comissão teria de incluir as várias iniciativas e cidades que vão acolher eventos, assim como o reforço e adaptação dos sistemas de vigilância epidemiológica para permitir a deteção precoce de doenças ou ocorrências com impacto potencial na saúde antes, durante e na fase imediatamente após a JMJ.

Cabe ainda a esta comissão otimizar o acesso aos diferentes níveis de cuidados de saúde, através da correta referenciação e orientação de acordo com a gravidade dos casos, e ter em conta no plano que vai apresentar a “abrangência das entidades presentes, incluindo dignitários, chefes de governo e chefes de Estado”.

A JMJ nasceu por iniciativa do Papa João Paulo II, após o sucesso do encontro promovido em 1985, em Roma, no Ano Internacional da Juventude.

A edição deste ano, que contará com o Papa Francisco, esteve inicialmente prevista para 2022, mas foi adiada devido à pandemia da covid-19.

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