Inclusão é um dos aspetos que jovens entrevistados hoje pela agência Lusa na Cidade do Vaticano mais destacam na mensagem do Papa Francisco, que vai presidir à Jornada Mundial da Juventude (JMJ), em Lisboa, de terça-feira a domingo.
“Não exclui ninguém, são todos bem-vindos”, afirmou à agência Lusa uma religiosa queniana, de 32 anos, às portas da Praça de São Pedro, no Vaticano.
O Papa Francisco parte na quarta-feira para Lisboa, onde o esperam cerca de um milhão de jovens, naquele que é considerado o maior evento da Igreja Católica que, pela primeira, vez se realiza em Portugal e, pela segunda vez, num país lusófono, depois da cidade brasileira do Rio de Janeiro, em 2013.
“Somos todos filhos de Deus, novos, velhos, pecadores”, adiantou Vitoria, destacando o apelo do Papa para que “os jovens não estejam fechados, mas abertos para aprender com os mais velhos”.
Esta freira sustentou que a “fé não é uma coisa velha, mas atual” e, quanto aos jovens, pediu que estejam de “coração aberto e encontrem Deus em tudo o que fazem”.
Da Cidade do México, Consuelo, de 14 anos, que integrava uma grande fila de turistas para entrar na Basílica de São Pedro, salientou que se trata de uma mensagem que “todos compreendem”.
A adolescente integrava um grupo de 25 raparigas que, por ocasião da ‘quinceañera’, celebração dos 15 anos, uma tradição na América Latina, optaram por viagem à Europa ao invés de uma festa. Todas vestiam de branco e tinham uma cinto cor-de-rosa.
“Para nós, [o Papa] é a imagem de Deus”, acrescentou Consuelo, sendo que noutro grupo de raparigas da mesma nacionalidade ouviu-se que Francisco “inclui todos”, mas, no caso dos homossexuais, é um “processo em mudança”.
A espanhola Valentina Orosco, de 18 anos, realçou a proximidade da mensagem de Francisco, que “é para todo o mundo”, incluindo a comunidade LGBTQIA+.
“Muito próximo das pessoas”, considerou a jovem, referindo ainda “a modernidade da mensagem”.
A norte-americana Julia, de 31 anos, apontou, por outro lado, que Francisco acaba por ser controverso, pois “é mais liberal” do que seria esperado para um Papa, até para uma “nova geração na Igreja Católica”, que classificou como “mais tradicional”.
Da Jordânia, Yara, de 13 anos, acompanhada das três irmãs e dos pais, realçou outras qualidades de Francisco: justiça, bondade e compreensão da realidade.
O pai de Yara, Nidal, de 45 anos, explicou que trouxe a família muçulmana a Roma para conhecer o catolicismo, destacando o papel de Francisco no diálogo inter-religioso.
“Ele foi à Palestina, foi a Israel, foi à Jordânia”, exemplificou, considerando que o Papa “não é radical” sob o ponto de vista religioso.
Por seu turno, Zita de Freitas, de Joanesburgo, África do Sul, que estava no Vaticano “a caminho de Lisboa, para a JMJ”, realçou o apelo do Papa aos jovens, “para ver o que podem fazer por este mundo”.
Descendente de portugueses da Madeira, Zita de Freitas integrava um grupo onde está a família e outras pessoas, incluindo um padre.
“Como diz o nosso padre, vamos levar os jovens à jornada, para depois levar a mensagem para trás”, relatou Zita de Freitas, de 44 anos, esperando uma mensagem de unidade na capital portuguesa.
Ainda por falar em mensagem, explicou que se quer “uma mensagem mais moderna”, caso contrário “não compreendem”.
“Quando ensino aos pequenos na catequese, tenho de falar de redes sociais, ‘fashion’”, exemplificou, considerando que a “linguagem [da Igreja] tem de ser atrativa”.
A JMJ, o maior evento da Igreja Católica, começa na terça-feira e termina no domingo, em Lisboa.
* Por Sílvia Reis, enviada da agência Lusa
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