O comandante do grupo operacional 51 na BA5 afirmou que no contexto da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), os militares vão “participar na escolta e acompanhamento de Sua Santidade à chegada e à saída do território” e “sempre que sobrevoar” o território. “Paralelamente, vamos manter uma postura de alerta no chão e em voo durante as atividades, para estarmos prontos a responder a qualquer eventualidade”, acrescentou José Dias.

O tenente-coronel mostrou hoje aos jornalistas um dos F-16M que está em prontidão para levantar voo em caso de necessidade. Em 15 minutos, o avião estará no ar, garantiu, ao avançar que demorará cerca de 10 minutos a chegar a Lisboa.

Sem divulgar pormenores da missão, José Dias salientou que os militares da BA5 vão ser “um dos garantes da soberania do espaço aéreo”, tal como já sucede durante todo o ano, contribuindo “para que o espaço aéreo esteja seguro, não apenas às chegada e à saída de Sua Santidade mas também em todas as atividades onde a JMJ vai acontecer”.

“A Força Aérea tem permanentemente duas aeronaves prontas para descolar em alerta, uma delas é a que está atrás de mim. Estamos e estaremos sempre prontos. Esse dispositivo vai ser naturalmente reforçado pelas vicissitudes da alta entidade que nos visita e dos milhões de pessoas que visitam Portugal”, acrescentou.

Sem avançar informações sobre o encerramento do espaço aéreo à aviação civil, o tenente coronel referiu que “haverá momentos em que parte do espaço aéreo estarão encerradas ao sobrevoo e isso está publicado e coordenado com as entidades civis também”.

Essa coordenação será da responsabilidade da Autoridade Aeronáutica Nacional, informou ainda.

Segundo José Dias, apesar do Papa ser uma “alta entidade com muita visibilidade”, o dia a dia da BA5 é “pensado, treinado e executado nestas missões”. “Muito embora seja uma missão especial, é mais uma missão e é para este género de missões que nós treinamos. Encaramos isto com muita tranquilidade, obviamente serenos e atentos”, sublinhou.

Questionado sobre se há autorização para utilizar a força letal, caso seja necessário, o tenente coronel assegurou: “a ordem é para garantir a soberania”. “Há várias medidas para garantir a soberania. Essa, no extremo, é uma delas, mas vamos tentar evitar que isso não aconteça.”

A missão de garantir a segurança do Papa e de todo o evento não é novidade para José Dias, que confessou que já esteve envolvido na última visita do Papa, em 2017, embora noutras funções.

Para o tenente coronel, a diferença da missão diária da Força Aérea para esta missão específica é estar no “epicentro das atenções” de todo o mundo. No entanto, o comandante do grupo operacional 51 garantiu que não é porque o mundo está a acompanhar que vão fazer as coisas de forma diferente. “A nossa postura e o comprometimento mantêm-se os mesmos”, disse.

José Dias explicou que a “Força Aérea executa a missão do policiamento aéreo quase autonomamente como um ramo separado” das Forças Armadas. Mas, durante a JMJ, existe uma “coordenação entre todos os ramos e entidades de segurança, que já está a acontecer a partir do dia zero”.