“As obras estão a um bom ritmo. […] Como responsável político na câmara, posso assegurar que as obras não se têm perturbado com as notícias e, portanto, aquilo que está previsto para esta obra principal aqui no Parque Tejo é que termine até ao final de maio”, afirmou o vice-presidente da Câmara de Lisboa, Filipe Anacoreta Correia (CDS-PP), em declarações aos jornalistas no final da visita.
Para entrarem no Parque Tejo, onde decorrem as obras para acolher a Jornada Mundial da Juventude (JMJ), que se realiza em agosto, todos os participantes na visita, a maioria deputados municipais de Lisboa, mas também do concelho vizinho de Loures, tiveram de vestir os coletes refletores e ouvir o ‘briefing’ de segurança sobre os cuidados a ter, uma vez que os trabalhos estavam em curso, inclusive com veículos a circular.
Os funcionários da empresa municipal Lisboa Ocidental SRU - Sociedade de Reabilitação Urbana abriram os cadeados do portão de acesso ao Parque Tejo e os deputados municipais puderam ver ‘in loco’ o que está a ser feito para acolher a JMJ, nomeadamente a ponte ciclo pedonal sobre o rio Trancão (a realizar pela empresa municipal EMEL por 4,2 milhões de euros) e o altar-palco (empreitada adjudicada à Mota-Engil em que o custo foi reduzido de 4,2 milhões para 2,9 milhões de euros).
Entre os 100 hectares do Parque Tejo, que se prolonga por Loures, a visita centrou-se nos 38 hectares de Lisboa, que se dividem por 35 talhões, em que cada um corresponde a dois campos de futebol, apontou Anacoreta Correia, revelando que cada talhão vai estar infraestruturado com água, eletricidade, internet e um posto de socorro, com a capacidade para acolher 10 mil peregrinos.
Alguns dos talhões já têm prado verde, mas a maioria continua apenas com terras remexidas, que contribuem para a poeira no ar, que se espalha com a intensidade do vento.
Os deputados municipais fizeram várias perguntas ao vice-presidente da câmara, uma delas sobre a articulação com o Governo, em que a presidente da 1.ª Comissão de Finanças, Património, Recursos Humanos da Assembleia Municipal de Lisboa, Irene Lopes (PS), questionou “se não é possível engolir sapos” para que o evento corra bem, referindo-se ao conflito com o coordenador do grupo de projeto para a JMJ, José Sá Fernandes, ex-vereador da Câmara de Lisboa.
“A câmara municipal, a assembleia municipal, a cidade de Lisboa têm os seus representantes legítimos democraticamente, temos como interlocutor o Governo e não admitimos, não poderíamos aceitar que a câmara fosse remetida para uma competência administrativa coordenada ao nível administrativo. Não é isso que pode acontecer, não é isso que acontece”, declarou Anacoreta Correia, indicando que tem existido uma boa coordenação com a ministra Adjunta e dos Assuntos Parlamentares, Ana Catarina Mendes.
O vice-presidente da câmara disse ainda que “é preciso que o Governo transmita àqueles em quem confia determinadas tarefas que tenham o respeito democrático que a câmara municipal exige”.
“Se tiverem respeito, nós trabalharemos juntos. Se não tiverem respeito, o Governo tem de encontrar uma resposta, mas a responsabilidade é deles. Da nossa parte, total ajuda, cooperação, empenho no sucesso deste evento e isso passa, naturalmente, por boa articulação”, declarou o autarca.
A JMJ, considerada o maior acontecimento da Igreja Católica, vai realizar-se este ano em Lisboa, entre 01 e 06 de agosto, sendo esperadas cerca de 1,5 milhões de pessoas.
As principais cerimónias da jornada decorrem no Parque Tejo, a norte do Parque das Nações, na margem ribeirinha do Tejo, em terrenos dos concelhos de Lisboa e Loures.
As jornadas nasceram por iniciativa do Papa João Paulo II, após o sucesso do encontro promovido em 1985, em Roma, no Ano Internacional da Juventude.
O Papa Francisco estará em Lisboa para participar na JMJ.
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