“Eu acho extraordinário que de repente ninguém sabe de nada. Não tenho nenhum problema em falar do tema. Em primeiro lugar não é um palco, é uma infraestrutura. Acho muito bem que seja notícia, não desvalorizo a circunstância”, respondeu Nuno Melo aos jornalistas à entrada para uma iniciativa do Partido Popular Europeu (PPE) em que decorre Lisboa dedicada ao Plano de Recuperação e Resiliência.

No entanto, segundo o líder do CDS-PP está a falar-se de “cinco milhões gastos numa infraestrutura que o Papa vai utilizar no acolhimento de mais de um milhão de jovens de todo o mundo, durante seis dias e que poderá ser depois utilizada em ocasiões futuras, multiplicando-se em receitas” em Portugal.

“Podíamos estar a falar de meio milhão gasto, um décimo deste valor, numa só pessoa porque foi administradora de uma empresa que por acaso já levou 3,2 mil milhões de euros dos contribuintes. Podíamos estar a falar de 11 milhões numa Web Summit para receber 70 mil pessoas durante um fim de semana”, comparou.

Para Nuno Melo, “o que realmente deve ser notícia” é o tema que o PPE está a discutir em Lisboa, ou seja “mais de 16 mil milhões de euros - não são 5 milhões - que tem que ser aplicados até 2026 e que estão executados em 9%”.

“Eu percebo que, do ponto de vista do impacto mediático, sim senhor, um Papa é sempre notícia, no meu caso é notícia pelos bons motivos porque sou católico e termos um milhão de jovens naquela que é a maior iniciativa a esta escala no mundo inteiro é uma boa notícia para Portugal, mas dito isto é importante que nos centremos não no acessório, mas no essencial”, enfatizou.

A polémica em torno dos custos com a adjudicação direta do altar-palco para a Jornada Mundial da Juventude (JMJ) tem estado no centro da atualidade nos últimos dias.

Na quinta-feira, o Presidente da República afirmou que desconhecia o custo do altar-palco e saudou as declarações do bispo Américo Aguiar sobre esta matéria.

O chefe de Estado, que falou pouco depois da conferência de imprensa do bispo auxiliar de Lisboa e presidente da Fundação JMJ 2023, considerou, por outro lado, que Américo Aguiar, "e muito bem", se mostrou "sensível à compatibilização de dois objetivos: um, que a jornada seja uma projeção de Portugal no mundo; segundo, que tenha em linha de conta as circunstancias económicas e sociais vividas neste momento".

Marcelo Rebelo de Sousa referiu ainda que, "e como também o senhor D. Américo Aguiar disse, estão em curso uma série de diligências e de reuniões nas próximas semanas respeitantes não especificamente apenas ao altar mas a várias das componentes daquilo que é o conjunto de obras, o conjunto de iniciativas para ser possível fazer a jornada".

Serão reuniões entre "Governo, câmaras, técnicos, Igreja sobre essa matéria", sobre as quais conta ser "mantido ao corrente".

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