De acordo com vários dirigentes do PS contactados pela agência Lusa, João Cravinho fez uma análise detalhadas dos resultados verificados nas eleições europeias de domingo, designadamente sobre os motivos da subida eleitoral do PAN (Pessoas-Animais-Natureza) e da elevada taxa de abstenção verificada.

Na sua intervenção, o antigo ministro socialista considerou que as questões ambientais passaram definitivamente para o primeiro plano das preocupações dos cidadãos, sobretudo dos escalões etários mais novos, razão pela qual defendeu que o seu partido tem de dar respostas concretas nesta área, atribuindo “centralidade a uma agenda verde”.

Antes, no discurso de abertura da Comissão Política Nacional do PS, o primeiro-ministro, António Costa, tinha afirmado que um dos quatro “eixos estratégicos” do futuro programa eleitoral dos socialistas para as legislativas de outubro seria o do combate às alterações climáticas.

Mas João Cravinho alertou ainda para dois outros perigos, o primeiro dos quais a elevada taxa de abstenção verificada no domingo passado, tendo então classificado “urgente” a adoção de medidas contra este fenómeno.

Neste ponto, António Costa, segundo fontes da Comissão Política do PS, apenas disse que as eleições europeias, tradicionalmente, registam taxas de abstenção muito elevadas em Portugal.

O segundo perigo de que falou João Cravinho na sua intervenção relacionou-se com a evolução da União Europeia, com o antigo ministro das Obras Públicas do primeiro executivo liderado por António Guterres (1995/1999) a mostrar-se apreensivo com a hipótese (em cima da mesa) de a Alemanha dominar o Banco Central Europeu, comandando de acordo com os seus interesses a política do euro.

Segundo dirigentes do PS, grande parte da reunião da Comissão Política Nacional do PS foi dedicada à análise e discussão da atual situação da União Europeia após os resultados de domingo passado.

Fora deste registo, o dirigente socialista Daniel Adrião entregou a António Costa uma carta aberta assinada por mais de cem militantes a reclamar a realização de eleições primárias (abertas à generalidade dos cidadãos) no processo de escolha dos candidatos a deputados do PS para as próximas eleições legislativas.

Daniel Adrião interpelou mesmo António Costa para que dissesse “uma palavrinha” sobre se aceita ou não a realização de eleições primárias para a escolha dos candidatos a deputados do PS.

“Boa noite”, respondeu António Costa a Daniel Adrião. E mais não falou.

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