No que respeita à qualidade do ar, "2017 foi muito semelhante a 2016, sabendo nós que 2017 teve um risco muito maior de pioria da qualidade do ar que resulta dos incêndios e das partículas que se espalham na atmosfera", referiu João Matos Fernandes.

O responsável respondia a questões dos jornalistas à margem da sessão de apresentação do Relatório do Estado do Ambiente (REA) de 2017, que reúne 51 indicadores, dos quais 28 são dados novos, uma iniciativa que se integra nos eventos do Dia Mundial do Ambiente, hoje assinalado.

Segundo o REA, no ano passado, a classe predominante do Índice de Qualidade do Ar (IQAr) foi 'Bom', mas verificou-se uma redução na percentagem de dias com classificação 'Muito Bom' e 'Bom', com menos 4% na comparação com 2016.

Em 2017, ocorreu um ligeiro acréscimo, de cerca de 1%, na percentagem de dias com qualidade 'Fraco' e 'Mau'.

As emissões atmosféricas "cresceram e não podiam deixar de crescer", já que foi um ano de seca, e a produção de energia a partir de energias renováveis diminuiu, por isso, "era inevitável que se utilizassem outras fontes de energia" para obter eletricidade, apontou o governante.

"Infelizmente não foram renováveis, nem podiam ser, porque no lado da energia solar temos ainda muito para crescer e vamos crescer mesmo nos próximos anos", defendeu João Matos Fernandes.

Para compensar a redução na eletricidade produzida através de fontes renováveis, foi necessário recorrer mais às centrais termoelétricas, a carvão, responsáveis pela emissão de gases com efeito de estufa.

Tratou-se de uma "opção clara" do Governo assumida "em absoluto": havendo pouca água, foi necessário fazer escolhas e a prioridade foi dada ao consumo humano, por isso, registou-se uma redução da capacidade de produção de energia a partir das barragens.

O ministro salientou que, em março, "Portugal pode orgulhar-se de ter produzido mais energia elétrica a partir de fontes renováveis do que aquela que consumiu durante esse mês".

No seu discurso, durante a sessão de abertura da apresentação do REA, referiu alguns exemplos de áreas do Ambiente com dados positivos, como o registo de veículos elétricos, o número de praias com boa qualidade da água (98% com aceitável ou superior), ou o acréscimo de visitantes nas áreas protegidas.

O REA descreve que foram registados 8.004 veículos elétricos, representando um acréscimo de 65% na comparação com 2016, dos quais 63,9% correspondem a veículos ligeiros de passageiros e mercadorias, 16,8% a triciclos e quadriciclos, 13,2% a ciclomotores, 5,8% a motociclos, e apenas 0,3% a veículos pesados de passageiros e mercadorias.

As áreas protegidas receberam mais visitas em 2017, com um crescimento de 23% na comparação com o ano anterior, atingindo quase 421 mil.

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