João Talone, que foi presidente da EDP entre 2003 e 2006, está esta tarde a ser ouvido da comissão parlamentar de inquérito às rendas excessivas, tendo sido questionado, logo no início da audição, pelo deputado do CDS-PP Hélder Amaral sobre a transição dos CAE da EDP para CMEC, mecanismo implementado em 2007.

"O processo não se inicia aí, inicia-se muito mais cedo quando são criados os CAE e quando os CAE são estendidos às centrais da EDP, em 1996. Aí foi criada a maior renda que alguma vez foi criada em Portugal", defendeu.

Quando o que foi criado para o investimento da Tejo Energia e da Turbogás foi extendido às centrais da EDP é, para João Talone, "o ponto zero do relógio", que deveria ser marcado para 1996.

Confrontado com a declaração de João Conceição, antigo consultor do ex-ministro Manuel Pinho, que nesta mesma comissão defendeu que "os CAE são blindadíssimos" e "atribuíram direitos bastante fortes à EDP", o antigo presidente da EDP foi perentório: "Estavam blindados os CAE e a minha obrigação era dar uma blindagem aos CMEC igual ao que tinha os CAE".