António Costa anunciou hoje que o Conselho de Ministros vai decretar o luto nacional de três dias, entre sábado e segunda-feira, pela morte de Jorge Sampaio. Os locais, datas e horários dos diversos momentos das cerimónias fúnebres serão anunciados ainda no decorrer do dia de hoje.

"O Conselho de Ministros eletrónico está neste momento a decorrer e irá decretar o luto nacional por um período de três dias, sábado, domingo e segunda-feira. Em contacto com a família, serão ainda hoje anunciados as datas, os locais e horários dos diferentes momentos das cerimónias fúnebres que acompanharão o dr. Jorge Sampaio", indicou António Costa, numa declaração a partir de São Bento.

"Jorge Sampaio exerceu as funções políticas com o mesmo sentido cívico de militância e convicção com que em 1962 assumiu a liderança do movimento estudantil de combate à ditadura", afirmou posteriormente o líder do executivo.

"Nos últimos anos já não tendo nenhuma função oficial assumiu o encargo de lançar uma grande plataforma internacional para que os refugiados sírios pudessem prosseguir os seus estudos universitários e concluí-los com sucesso", disse.

António Costa, que foi diretor de campanha da primeira eleição presidencial de Jorge Sampaio, em 1996, assinalou também que o antigo chefe de Estado exerceu funções executivas nos difíceis tempos dos governos provisórios logo após o 25 de Abril de 1974.

"Jorge Sampaio foi deputado apaixonado, líder parlamentar [do PS] num momento em que a democracia já estava consolidada e deu um contributo notável ao prestígio do Poder Local democrático concorrendo e vencendo por duas vezes as eleições para a presidência da Câmara Municipal de Lisboa. Finalmente, exerceu o mais alto magistério, sendo eleito e reeleito Presidente da República, honrando o lema com que concorreu: Um por todos e todos por um”, apontou.

Perante os jornalistas, António Costa dirigiu as suas primeiras palavras à mulher do antigo chefe de Estado, Maria José Rita, aos seus filhos Vera e André, ao irmão Daniel Sampaio, aos seus amigos e ao PS, partido em que foi secretário-geral entre 1989 e 1992

“Com todos, partilho um profundo sentimento de tristeza e de perda neste momento”, acrescentou o líder do executivo.

E, "em nome do Governo", frisou: "Curvamo-nos todos em memória de alguém que foi um exemplo de lutador pela liberdade, pela democracia e que tanto, tanto prestigiou com a sua verticalidade ética a nossa vida política".