Segundo a ONU, a junta militar prendeu pelo menos 170 jornalistas desde o golpe de 1 de fevereiro de 2021 contra Aung San Suu Kyi, como parte da sua política de repressão de qualquer voz dissidente.

O repórter fotográfico Sai Zaw Thaike, de 40 anos, recebeu quatro acusações, incluindo violação de leis relacionadas com telecomunicações e desastres naturais.

"A condenação é mais um sinal de que a liberdade de imprensa foi completamente esmagada pela junta militar e que os jornalistas independentes devem pagar um preço alto pelo seu trabalho", disse Swe Win, editor-chefe de Myanmar Now, citado no comunicado.

Sai Zaw Thaike foi preso a 23 de maio em Sittwe enquanto cobria as consequências do ciclone Mocha, que matou mais de 140 pessoas.

Desde então, ele permanece em prisão preventiva, sem advogado ou visitas de família, disse a Myanmar Now. Entretanto foi considerado culpado no primeiro dia do seu julgamento.

A junta revogou a licença do Myanmar Now pouco depois de assumir o poder, juntamente com outros meios de comunicação independentes acusados de criticar os militares.

Mais de 24 mil pessoas foram presas neste o golpe, que mergulhou o país do Sudeste Asiático num novo ciclo de violência, segundo um grupo de observação local.

O Mianmar ocupa o 173º lugar entre 180 no ranking de liberdade de imprensa da organização Repórteres Sem Fronteiras. Segundo a ONG, há atualmente 69 jornalistas detidos no país.