O portal, denominado artigo37.pt – uma referência ao Artigo 37.º da Constituição da República Portuguesa, que consagra a liberdade de expressão e informação –, tem como objetivo “tornar públicas as múltiplas ameaças à liberdade de informação”.
“O objetivo principal deste ‘site’ é cumprir aquilo que está escrito no artigo 3.º do Código Deontológico do Jornalista, que diz que é obrigação do jornalista divulgar as ofensas ao direito de informar”, explicou à Lusa o investigador e jornalista António Granado, um dos fundadores do projeto.
“Pareceu-nos fundamental que passasse a haver um ‘site’ em Portugal onde estas ofensas sejam registadas”, acrescentou, sublinhando que o projeto não teria acontecido "sem a ajuda de muitos outros jornalistas e professores universitários".
António Granado referiu que não há atualmente uma contabilização das agressões contra jornalistas em Portugal.
“O nosso objetivo é no final de cada ano civil fazermos um relatório onde colocamos minuciosamente todos os casos que nos foram reportados. A nossa ideia é que, a partir de agora, passe a haver um registo”, detalhou.
O portal conta com o apoio do Sindicato dos Jornalistas e com a colaboração de alguns docentes da área do jornalismo nas universidades do Minho, Porto e Coimbra, contando ainda com a colaboração da NOVA FCSH e a Faculdade de Direito da Universidade Nova da Lisboa – NOVA Law School.
O artigo37.pt registará apenas os casos tornados públicos nos órgãos de comunicação social ou denunciados por jornalistas com carteira profissional, para garantir a autenticidade dos relatos, segundo uma nota divulgada pelo Sindicato dos Jornalistas.
O documento acrescenta que o lançamento do portal está marcado para o dia 10 de dezembro, pelas 18:00, na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa.
No lançamento da iniciativa decorrerá ainda uma mesa-redonda com o tema “A Lei da Imprensa e o Acesso à Informação”, que terá a participação do diretor da revista Sábado, Eduardo Dâmaso, do advogado Francisco Teixeira da Mota, do jornalista da SIC José Manuel Mestre e da presidente do Conselho Deontológico do Sindicato dos Jornalistas, Sofia Branco.
De acordo com António Granado, poderão ser denunciados 12 tipos de agressões: violência física sobre jornalistas, danos sobre a propriedade, detenção de jornalistas, vigilância de jornalistas, ameaça física ou sobre a propriedade, proibição de acesso a lugar, acesso negado a documentos, recusa de resposta a perguntas, ameaça de processo judicial, pressões da entidade patronal, discurso de ódio contra jornalistas e conferência de imprensa sem direito a perguntas.
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