Sócrates esteve em Bragança a apresentação o livro “Dom Profano”, que escreveu enquanto esteve em prisão preventiva, em Évora, e depois de falar da teoria e do carisma políticos, o último cometário que dirigiu à audiência foi “quero que saibam: estou em modo de luta, não em modo de resignação”.
Aos jornalistas, no final da sessão com uma assistência com algumas dezenas de pessoas, José Sócrates sustentou as críticas ao processo com as notícias de hoje, acusando a investigação de estar a “roçar o ridículo” e a “desacreditar-se”.
“Parece que agora já só cá faltava mesmo a TVI, já andamos na [construtora do] Lena, já andamos em Vale de Lobo, já andamos na PT e na OPA da PT, agora faltava a TVI. O que me ocorre dizer é: o que seria de nós e da nossa sombria existência, sem esta radiosa investigação”, afirmou.
Para o antigo líder socialista, “nada disto disfarça a questão essência” e que é a de que, passados dois anos, “não apresentam acusação”.
“Não deduzem acusação nem encerram o inquérito. A isto chama-se um abuso, pura arbitrariedade”, considerou, afirmando que “o que está a acontecer é absolutamente escandaloso e está a decorrer à frente de todos” e lamentando “que muitos assobiem para o lado fingindo que nada está a acontecer, mas está”.
Sócrates reiterou que a lei não permite esta situação e que “há um prazo máximo de inquérito” e disse aos jornalistas que aguarda “há um ano uma decisão” do recurso sobre os prazos, resumindo todo o processo a um método “próprio de um estado policial”.
“Há dois anos que fizeram isto e todos vocês acompanharam, todos vocês viram. Três meses depois não vos disseram que as provas estavam consolidadas, seis meses depois não vos disseram as provas agora estão sólidas, nove meses depois não vos disseram que estava quase betão armado e depois de 12 meses, e depois 15 e depois dois anos… dá que pensar”, comentou.
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