“O JPP entende que a situação grave provocada pelos incêndios e os erros na gestão política justificam a audição urgente a Miguel Albuquerque [presidente do Governo Regional da Madeira] e Pedro Ramos [secretário regional da Saúde e Proteção Civil]”, diz Élvio Sousa em comunicado divulgado hoje.
Élvio Sousa que lidera a terceira força partidária na Assembleia Legislativa onde ocupa nove dos 47 lugares do hemiciclo, reforça que “Miguel Albuquerque e Pedro Ramos têm responsabilidades na coordenação e gestão política de toda esta situação, que se arrasta desde há cinco dias”.
Um incêndio deflagrou na quarta-feira na freguesia da Serra de Água, no concelho da Ribeira Brava, e propagou-se, no dia seguinte, ao município contíguo de Câmara de Lobos, estando a ser combatido por 120 operacionais de todos os corpos de bombeiros da região, apoiados por 43 veículos e o meio aéreo que já iniciou as operações.
No terreno estão também 76 elementos da Força Especial dos Bombeiros que chegaram na madrugada de hoje à Madeira e vão atuar na Serra de Água.
A gravidade da situação originou a retirada de várias dezenas de pessoas das localidades afetadas.
Élvio Sousa censurou a “precipitação” do chefe do executivo madeirense de ter recusado num primeiro momento o apoio disponibilizado pela República para o combate aos incêndios, decisão que foi alterada depois devido ao agravamento da situação.
“Revelou uma enorme falta de humildade, uma arrogância sem sentido”, opina o dirigente do Juntos Pelo Povo (JPP), acrescentando que “houve leviandade e incompetência, e isso aumentou os riscos para as populações, as habitações e outros bens, e a destruição do património natural” da região.
Para este dirigente, “foi outro momento de enorme infelicidade”, adiantando “os madeirenses não precisavam de juntar à tragédia natural o desnorte e a incompetência revelados por Miguel Albuquerque e Pedro Ramos, e portanto há que exigir responsabilidades”.
Face a este cenário, Élvio Sousa sustenta que “Albuquerque e Pedro Ramos têm de ser chamados de urgência ao parlamento Regional” que é “o local próprio para fiscalizar a atuação do Governo, e serem confrontados com a enorme trapalhada visível por todos os madeirenses e no país inteiro”.
Embora a Assembleia Legislativa esteja encerrada para férias, o líder do JPP salienta que tem de funcionar a Comissão Permanente, órgão que “mantém poderes para apreciar e acompanhar a atividade do Governo e promover a convocação da Assembleia, sempre que tal seja necessário”.
Também o partido Reagir, Incluir, Reclicar (RIR), que não tem representação parlamentar, desafiou hoje as forças políticas com assento no parlamento madeirense a apresentarem uma moção de censura ao Governo de Miguel Albuquerque.
No entender do RIR, “as primeiras declarações do presidente do Governo Regional da Madeira ontem à noite [no sábado] demonstraram claramente que não tem condições para continuar a exercer o cargo” e recusa assumir a responsabilidade neste contexto.
“Não se compreende a existência de um único meio aéreo numa ilha com tão especial orografia” sustenta, criticando a falta de prevenção e a inexistência de um ordenamento do território e de gestão florestal no arquipélago.
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