A proposta será apresentada no congresso extraordinário do partido de 25 de novembro, em Almada, que terá na ordem de trabalhos a alteração dos estatutos e a análise da situação política.
Num comunicado assinado pelo secretário-geral, Alexandre Galiza, a JSD Distrital do Porto lamenta que a sociedade civil esteja “cada vez mais distante” dos partidos, que “entrincheiraram-se em núcleos base”.
A distrital defende que a eleição através de primárias “irá ajudar a alargar a base de representatividade e, sobretudo, a legitimidade do presidente eleito”.
As primárias “aproximam o partido dos cidadãos que não têm militância ativa, mas que se interessam pelo PSD, pela política e pelo país, em especial num momento em que os partidos são vistos como cada vez menos representativos”, referiu o comunicado.
A proposta enviada à Lusa prevê que as primárias sejam precedidas por um congresso ordinário, no qual qualquer militante poderá apresentar uma lista candidata à liderança do PSD.
Apenas poderiam ir a eleições primárias as listas que obtivessem, pelo menos, 15 dos votos dos congressistas, o que “incrementa o debate prévio entre os potenciais candidatos”, sublinhou a JSD Distrital do Porto.
Além disso, o PSD manteria “o mínimo de controlo desejável sobre as eleições primárias subsequentes, evitando a eventual captura por grupos de interesses” assim como “ingerências externas”, referiu a proposta.
Aqueles que não são militantes do PSD poderiam votar nas primárias do partido desde que se inscrevessem como simpatizantes, acrescenta o documento.
A eleição do líder através de primárias é uma das quatro propostas da JSD Distrital do Porto para “aproximar o partido à sociedade”, que incluem ainda “uma política de sede aberta” e “mais autonomia na elaboração das listas”.
Na segunda-feira, um grupo de conselheiros nacionais do PSD pediu também à direção do partido para propor que o líder social-democrata passe a ser escolhido através de primárias.
Desde 2006, o líder do PSD é eleito através do modelo de eleições diretas, que decorrem antes da realização do Congresso do partido.
A criação de eleições primárias já tinha sido proposta pela JSD no Congresso do partido de maio de 2022, e também em fevereiro de 2020, numa moção subscrita por militantes sociais-democratas como Miguel Poiares Maduro, António Leitão Amaro ou Duarte Marques.
Segundo o regulamento, as propostas de alteração estatutária “só serão admitidas quando subscritas por 100 membros do Congresso, pelo Conselho Nacional, pela Comissão Política Nacional, por dez Comissões Políticas Distritais ou por 1.500 militantes do partido”.
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