Nicolás Maduro apareceu na televisão a dirigir as manobras militares no Forte Paramacay (norte do país), com as imagens a mostrar carros blindados e soldados em sessões de tiro.
“Joelho em terra para combater o golpe de Estado, digo a todas as tropas bolivarianas: união máxima, disciplina máxima, coesão máxima”, afirmou Maduro no início dos exercícios.
Enquanto Maduro se fazia ver na televisão ao lado dos soldados, a oposição – animada pela notícia da deserção do adido militar venezuelano em Washington, coronel José Luis Silva, que no sábado anunciou que deixava de reconhecer Maduro como Presidente e exortou os seus “irmãos militares” a apoiarem Juan Guaidó -, distribuía em vários postos da polícia e quartéis no país uma lei de amnistia dos militares assinada por Juan Guaidó, que foi também divulgada nas redes sociais.
Alguns militares queimaram à frente dos opositores a lei impressa, que oferece “todas as garantias constitucionais” aos militares e funcionários públicos que “colaborarem com a restituição da democracia”, de acordo com testemunhos de populares à AFP.
“Nós distribuímo-la porque lutamos para que o exército se coloque ao lado do povo que pede eleições livres. Se eles a queimam, é problema deles, nós não queremos violência”, afirmou o deputado da oposição, Ismael Leon, citado pela agência.
Se objetivo de Guaidó é abrir brechas entre o principal apoio de Nicolás Maduro desde que chegou ao poder em 2013, ele não passa despercebido ao Presidente, que usa a televisão estatal para o deixar bem claro.
“Vocês são golpistas?”, perguntou Nicolás Maduro a um grupo de soldados reunidos, após as manobras militares, que lhe responderam com um sonoro “não, Presidente!”.
Em seguida, Maduro perguntou se eram constitucionalistas e anti-imperialistas e mais uma vez os soldados responderam: “sim”.
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