O magnata Elon Musk foi autorizado esta quarta-feira por uma juíza dos Estados Unidos da América a incluir entre os seus argumentos para desistir da compra do Twitter as denúncias feitas por um ex-responsável de segurança da rede social.
Em contrapartida, a juíza de Delaware, Kathaleen McCormick, recusou-se a adiar o processo, conforme solicitado por Musk, considerando que o atraso expõe a empresa a maiores prejuízos, segundo o texto da sentença consultado pela AFP.
No início de julho, Musk anunciou que iria desistir do acordo de compra alcançado com o conselho administrativo do Twitter, por 44 mil milhões de dólares, acusando a empresa de não ter respeitado os seus compromissos e de não comunicar o número exato de contas falsas e spam na plataforma.
O Twitter avançou assim com uma ação para exigir que o empresário cumpra o acordo.
Durante este processo, um ex-diretor de segurança da rede social, Peiter Zatko, acusou a empresa de esconder vulnerabilidades no seu sistema de proteção e de mentir sobre a luta contra contas falsas.
Zatko enviou um longo documento às autoridades americanas no início de julho, mas só foi divulgado no final de agosto.
Os advogados de Musk pediram para incluir as denúncias do ex-funcionário do Twitter em sua defesa.
A juíza entendeu que Musk tem o direito de alterar a sua queixa, embora não se tenha pronunciado sobre o "mérito" ou a relevância dessas acusações, até que sejam plenamente fundamentadas e contra-argumentadas pelas partes.
Novamente, a juíza recusou-se a adiar o processo, que começará conforme programado em 17 de outubro e durará cinco dias.
"Quanto mais o julgamento for adiado, maior será o risco de danos irreparáveis ao Twitter", disse McCormick.
A juíza destacou que a empresa sofre atualmente com a demissão de muitos funcionários e "é forçada há meses a operar no meio das dificuldades de um acordo de fusão rejeitado" pela parte compradora.
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